Após meses de negociações turbulentas, o presidente Jair Bolsonaro consolida sua posição na nova legenda, o Partido Liberal (PL), e inicia a formação da equipe de campanha para as eleições presidenciais de 2022.
Tudo indica que o seu primogênito, Flávio Bolsonaro, estará na liderança dessa equipe. O senador ficará responsável pela interlocução entre o time político e os grupos de apoiadores do presidente Bolsonaro, conforme reportagem do “Correio Brasiliense”.
Outro personagem de destaque será o líder do PL, Valdemar Costa Neto, que ficará a cargo das campanhas nos estados. O ministro-chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira, e o ministro do Trabalho, Onyx Lorenzoni, também devem estar no primeiro escalão da equipe de campanha bolsonarista.
Um nome que ainda não está confirmado, no entanto, é o de assessor de Relações Internacionais da campanha bolsonarista. O atual assessor do presidente, Filipe Martins, parece estar de escanteio, desde que foi acusado de fazer um gesto supremacista branco no Senado Federal, em maio de 2021.
A saída de Martins dos holofotes coincide com a própria troca de comando no Itamaraty. Em março de 2021, o chanceler Ernesto Araújo deixa o cargo, após atropelos na política externa brasileira terem dificultado a compra de vacinas e ingredientes farmacêuticos ativos para imunizar a população contra a covid-19.
A entrada do chanceler Carlos França trouxe mudança de forma na diplomacia brasileira, mas não de conteúdo, de acordo com o professor de Relações Internacionais da Universidade Federal do ABC e coautor do livro “As Bases da Política Externa Bolsonarista”, Gilberto Maringoni.
Segundo ele, o fundamento da política externa de Bolsonaro é “a aliança com a extrema direita mundial, para fazer do Brasil um polo de difusão dessa vertente”, opina em entrevista à agência de notícias Sputnik Brasil.
Caso seja eleito para um segundo mandato, Bolsonaro poderá ter dificuldades para manter esse objetivo como central de sua política externa. Para Maringoni, o principal obstáculo é a ausência da liderança do ex-presidente dos EUA Donald Trump.
“O problema central do Bolsonaro é que ele não tem mais o Trump”, disse o professor. “Caso o Bolsonaro trabalhe com questões de estratégia e tática, um caminho possível seria ele se reeleger em 2022, tomar posse em 2023 e contar com uma volta de Trump em 2024. Dessa forma haveria, sim, uma perspectiva [para sua política externa].
“Maringoni acredita que o sucesso de uma futura política externa bolsonarista dependeria, em grande medida, das eleições de meio de mandato, que devem ser celebradas nos Estados Unidos em novembro de 2022. Caso o Partido Democrata perca maioria na Câmara e no Senado norte-americanos, as condições estariam dadas para a volta do ex-presidente Donald Trump.
‘Última bolacha do pacote’ – Na ausência de Donald Trump e após a derrota eleitoral de líderes associados à direita na América do Sul, como Sebastián Piñera no Chile, Bolsonaro emergiu como um dos principais líderes de extrema direita mundiais.
“O Bolsonaro acabou se tornando o maior líder da extrema direita mundial, não por suas capacidades pessoais, mas por ser o presidente de um país relevante no cenário internacional”, aponta Maringoni. “Ele é o que sobrou para a extrema direita mundial. É a última bolacha do pacote.”
Neste contexto, a diplomacia bolsonarista poderia ter aproveitado a oportunidade para fazer do Brasil o principal polo irradiador das pautas da extrema direita mundial. Mas, segundo Maringoni, essa oportunidade não foi aproveitada.
O professor lembra que setores bolsonaristas apostam suas fichas na eventual vitória do candidato Éric Zemmour, nas eleições presidenciais francesas de abril, para recuperar o ímpeto da extrema direita globalmente.
‘Resultado nulo’ – Mesmo com eventuais vitórias da extrema direita em países centrais, os consecutivos fracassos na política externa bolsonarista no primeiro mandato dificultariam o seu sucesso após 2022, acredita Maringoni.
De acordo com o professor, “Bolsonaro fracassou nas duas tarefas que Trump colocou para ele: tirar a China do Brasil como investidor […] e derrubar o governo de [Nicolás] Maduro na Venezuela”.
A autorização para que empresas chinesas forneçam equipamentos e infraestrutura para o 5G no Brasil e a retirada da Venezuela da agenda prioritária do Itamaraty seriam indicativos de que essas metas não foram cumpridas.
Com “poucos trunfos para mostrar” em política externa, Bolsonaro não deve trazer esse tema para o centro do debate na campanha presidencial.
“Em outras situações, as questões de política internacional tinham repercussão interna. Hoje não tem. É muito difícil que temas como o comunismo, Cuba e Maduro entrem na pauta eleitoral. Não são assuntos de massa”, acredita o professor.
A ausência de debate sobre a atuação internacional do Brasil durante a campanha será, portanto, favorável a Bolsonaro, que não teria formulado novas ideias para uma eventual política externa de segundo mandato.
*** Informações com 👉 Ana Livia Esteves/agência Sputnik Brasil
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