Subsidiar gasolina é tirar de pobres para dar a ricos, diz ex-chefe do Banco Central.

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O Banco Central já tem uma missão difícil nesta semana, que é decidir a dose exata de juros para combater a inflação. Mas, além disso, ainda tem de lidar com decisões polêmicas do governo que afetam a economia. Uma delas é a possibilidade de congelar ou subsidiar o preço dos combustíveis. A avaliação é do diretor-presidente da Tendências Consultoria, Gustavo Loyola, que comandou o Banco Central em duas passagens – de 1992 a 1993 e de 1995 a 1997.

“Sou contra dar subsídios ou tabelar os preços dos combustíveis. É como tirar dos pobres para dar aos ricos. O governo gasta para rico andar de carro”, diz Loyola. O encontro do Comitê de Política Econômica (Copom) nesta semana é um dos mais desafiadores para a atual gestão liderada por Roberto Campos Neto por causa das novas e maiores incertezas criadas pelo conflito iniciado pela invasão da Ucrânia pela Rússia, afirma.

Segundo Loyola, o Banco Central terá que decidir se acelera a alta dos juros, para responder a um novo choque de aumentos de preços de petróleo e de alimentos, que têm origem externa ao Brasil; ou se mantém o ritmo de alta da Selic em meio à economia brasileira ainda pressionada por desemprego elevado e baixa renda.

É a primeira reunião do Copom desde que a Rússia invadiu a Ucrânia. O conflito já provocou aumentos de preços do petróleo e dos alimentos nos mercados internacionais e gerou uma nova onda de inflação global.

De março do ano passado até agora, a Selic subiu de 2% para 10,75%. Mas a inflação medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), indicador usado pelo governo como inflação oficial, também segue avançando, de 6,1% para 10,5% no acumulado em 12 meses.

Veja abaixo os principais trechos da conversa.

UOL: Faz sentido o Banco Central manter o ritmo da alta dos juros após a guerra, mesmo com alimentos e combustíveis subindo aqui no Brasil por causa dos aumentos de preços do petróleo e das commodities lá fora?

Gustavo Loyola: O Banco Central já tem um dilema. Se ele se antecipa muito, subindo mais os juros antes da inflação, corre o risco de fazer a sociedade pagar um preço elevado por causa dos impactos na economia, que fica mais fraca. Mas se o Banco Central optar por esperar, ele pode ficar atrás da inflação, tendo depois que correr para recuperar o tempo perdido com uma alta de juros mais forte do que talvez fosse necessário.

O fato é que existem agora ainda mais incertezas. A guerra traz mais incertezas. Pode até gerar um choque de preços tão forte como já tivemos antes, nos anos 1970 ou 1990.

Mas ainda é prematuro para o BC mudar os planos que havia antes da guerra. Neste momento, seguir com a atual política significa um menor risco de errar.

O que o Banco Central pode fazer para manter o ritmo de aumento de juros que estava traçado é ser mais duro, mais sombrio, no comunicado ao mercado após a decisão.

Mas mesmo com o aumento dos juros desde o ano passado, a inflação continua subindo? Adianta aumentar juros contra esse tipo de inflação?

Faz sentido, com as devidas considerações. É importante lembrar que a inflação brasileira tem ainda um forte caráter inercial [quando contratos são reajustados simplesmente pela inflação passada sem outra razão para aumentar aquele preço; é também chamada memória inflacionária]. Então, se o Banco Central deixar a inflação solta, depois haverá um custo muito maior para trazê-la de volta.

Por mais efeitos colaterais que existam, e existem, as consequências poderiam ser piores. O Banco Central já vinha subindo os juros, dentro de um plano.

E não restam alternativas ao Banco Central além de elevar juros. Existe uma regrinha de bolso em economia que diz que, para reduzir demanda, tem que aumentar os juros reais. Se a inflação aumenta, a taxa Selic tem que ao menos voltar ao patamar anterior ao aumento da inflação para impedir a queda dos juros reais.

Mas se a inflação vem de fora, quais as razões para seguir subindo os juros?

O câmbio é uma delas. A política monetária no curto prazo age pelo canal do câmbio. Uma das razões de o dólar estar comportado mesmo após o início da guerra é a taxa de juros ter subido aqui. Imagina o que estaria acontecendo na economia brasileira se o dólar estivesse agora perto de R$ 6?

Então, manter o dólar comportado é fundamental para atenuar os impactos aqui dos aumentos de preços de commodities, dos fertilizantes.

E ainda temos pressões de demanda. A covid reduziu tanto a oferta quanto a demanda. E a demanda está voltando mais rapidamente do que a oferta. Por isso, estão faltando contêineres, por exemplo. Então é preciso dar uma segurada na demanda para que a oferta possa se ajustar com o tempo.

O Banco Central não teria outros instrumentos para controlar a inflação?

Não. Do Banco Central, seria isso: aumento de juros. Mesmo da parte do governo os instrumentos são limitados. Mas há alguns instrumentos que o governo pode adotar, como por exemplo, buscar formas de assegurar o fornecimento de insumos, como fertilizantes, para reduzir as pressões de aumentos de preços.

Há discussões de se subsidiar ou congelar os aumentos de preços dos combustíveis nas refinarias da Petrobras para evitar reajustes como o que tivemos neste mês. Seria uma boa alternativa para segurar a inflação?

Sou contra dar subsídios ou tabelar os preços dos combustíveis. É como tirar dos pobres para dar aos ricos. O governo gastar para rico andar de carro. O dinheiro do subsídio tem que sair de algum lugar. Se for do Orçamento federal, quem vai pagar a conta é o contribuinte, todos os brasileiros.

Além disso, a Petrobras já estava com defasagem nos preços praticados aqui em relação aos valores do petróleo no mercado internacional. Então, se deixa de fazer reajustes, na hora em que fizer, vai vir uma pancada, como aconteceu agora.

No máximo, uma alternativa mais adequada seria alongar um pouco os prazos de reajustes para atenuar a volatilidade, mas sem deixar de fazer.

E não seria o caso de rediscutir as metas de inflação neste momento?

Eu acho que os custos de mexer nas metas de inflação agora seriam maiores que os benefícios. É verdade que poderia haver benefícios, por exemplo, na atividade econômica, com um Banco Central sendo mais maleável sem apertar tanto a economia agora, avisando que isso seria algo momentâneo e que, lá na frente, voltaria a baixar as metas de inflação.

O problema é que o sinal enviado seria ruim, porque o mercado pode entender que, toda vez em que a inflação começar a subir, o Banco Central vai mudar as metas de inflação. E isso afetaria a credibilidade do Banco Central, que teria ainda mais dificuldade para retomar o controle da inflação.

A meta de inflação para este ano está definida em um intervalo de 2% a 5%; e, para o ano que vem, dentro de uma faixa entre 1,75% e 4,75%. Em 2021, a inflação medida pelo IPCA atingiu 10,06%, acima da meta estabelecida, que estava numa faixa entre 2,25% e 5,25%.Por isso, o BC teve que enviar uma carta aberta à sociedade, dando as explicações de por que falhou em atingir as metas e apresentando as providências para assegurar o retorno da inflação aos limites estabelecidos, incluindo o prazo no qual se espera que essas providências produzam efeito.

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