Fred Henrique Moreira Lima é velho conhecido da polícia do Rio de Janeiro. Com apenas 30 anos, ele já foi preso pelo menos três vezes.
A última foi na quarta-feira (4) acusado de agredir, torturar e manter em cárcere privado a namorada durante três dias em um apartamento em Copacabana, na Zona Sul do Rio.
Antes disso, em 2020, ele já tinha cumprido pena por agredir e torturar a mãe de um dos seus filhos. Em 2017, foi condenado por tráfico e teve anotação também por roubo.
Veja outras anotações criminais de Fred Henrique.
➡ 2010 – O primeiro contato de Fred Henrique com a Justiça foi em 2010, aos 18 anos, quando respondeu a um processo por lesão corporal decorrente de violência doméstica contra aos avós. Em um acordo, ele foi condenado a se apresentar à Justiça mensalmente e ficou proibido de visitar os avós. A pena foi obtida a partir do perdão das vítimas.
➡ 2010 – Ainda no mesmo ano, foi preso em flagrante por roubar uma moto em Copacabana. Em seu depoimento, Fred disse que “achou a moto com a chave na ignição e resolveu passar com ela na casa da namorada, mas que iria devolver”. Por ser réu primário, Fred foi condenado a um ano de reclusão com substituição da pena privativa de liberdade por uma pena restritiva de direito, consistente em prestação de serviço à comunidade.
➡ 2011 – É acionado por violência doméstica contra a mulher pela primeira vez ao agredir a mãe de um de seus filhos. Em depoimento à polícia, a vítima disse que durante uma crise de ciúmes Fred começou a xingá-la, dar-lhe socos no rosto e em todo o corpo, tendo por fim esquentado uma panela vazia no fogo e colocado na perna e costas dela. O acusado não negou que teria invadido a casa da vítima, agredido seu pai e posteriormente agredido a vítima, mas alegou que a mesma se queimou ao esbarrar numa panela com miojo que estava em cima do fogão. Fred foi condenado a um ano de prisão, mas, como a pena era menor que um ano, foi beneficiado com o regime aberto.
➡ 2015
Anotação por desacato à autoridade
➡ 2017 – Priso em flagrante por associação para o tráfico no dia 7 de janeiro na Ladeira dos Tabajaras, em Copacabana, com posse de 2,16g de cocaína em pó distribuídos em 09 tubos plásticos e 137,55g de maconha distribuídos em 37 trouxinhas. Com ele, foram encontrados ainda 19 comprimidos de Pramil, uma balança digital de precisão, certa quantia em dinheiro e munições calibre 12. Policiais militares que participaram da ocorrência afirmaram ainda que o indiciado lhes ofereceu dinheiro para não ser preso. A sentença destaca que o acusado já se envolveu em inúmeras ocorrências criminais, esteve preso várias vezes e até se evadiu. Com duas condenações recentes, na época do julgamento, há menos de 5 anos, ambas com trânsito em julgado, foi considerado reincidente e condenado a 10 anos de reclusão em regime fechado.
➡ 2020 – Termo circunstanciado lavrado para apurar a prática de crime de lesão corporal em uma namorada, que teria sido agredida com socos e golpes de telefone na cabeça. Ela também descreveu que, no decorrer das agressões, foi obrigada a fazer sexo oral com Fred, que teria filmado o ato e dito que divulgaria o vídeo, se a vítima o denunciasse.
Agrediu e privou de liberdade a mãe de seu outro filho, que só foi resgatada depois que pediu ajuda ao ex-marido. No cárcere, ele foi espancada, levou vassouradas e choques, e foi queimada com uma panela.
➡ 2022 – Fred é preso por agressão, tortura e cárcere privado cometido contra uma namorada. Ela ficou presa durante três dias em um apartamento em Copacabana, na Zona Sul do Rio, e só conseguiu fugir graças a ajuda de um porteiro. Fred está recluso em prisão temporária.
Prisão mantida
Em audiência de custódia nesta quinta-feira (5), sua prisão temporária foi mantida mesmo ele alegando ter sido agredido, com chutes na mão, por policiais civis no ato de sua prisão temporária, mas o juiz destacou na decisão que o laudo de integridade física restou negativo.
A vítima, a jornalista Ana Luiza Dias, de 37 anos, se disse aliviada ao saber que a prisão de Fred foi mantida. Ela contou ao g1 que está fora de casa para se recuperar. Ana disse ainda que está se alimentando apenas de comidas pastosas por causa da cirurgia no maxilar e que precisará fazer fonoaudiologia para voltar a falar normalmente.
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“Dá um alívio muito grande, graças a Deus. Que a justiça seja feita. Não só por mim, mas por todas os crimes que ele já cometeu. Ele é um monstro”, disse
A jornalista disse que está recebendo apoio jurídico e psicológico para superar o trauma. Segundo ela, o ex-namorado seguiu com as ameaças mesmo quando estava internada no hospital.
“Fica um alerta para as mulheres que acham que o cara agrediu e vai mudar. Não vai! É ilusão. Se ele agrediu no passado, vai agredir no presente”, disse ela que passou pela dinâmica.
Ana conta que voltou a ser ameaçada por mensagens quando estava internada — Foto: Reprodução
Agressão
Ana Luiza Dias contou que teve que descer nove andares de escada e pedir ajuda a uma pessoa do prédio onde estava em Copacabana para conseguir escapar das agressões de Fred.
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“Eu desci nove andares de escada, não sei como. A gente às vezes dá um start na nossa vida que a gente não pode perder tempo. Me deu aquele ‘é agora ou vou morrer'”, contou.
No apartamento onde ele estava, a polícia encontrou um bastão retrátil, um soco inglês e uma réplica de pistola. O suspeito permaneceu calado durante depoimento, segundo a polícia.
“Se eu continuasse lá, iria morrer”, diz Ana Luiza, vítima de agressão: “Na sexta-feira (29), a Ana compareceu à delegacia com muitos sinais evidentes de lesões corporais – principalmente na região da face. Ela informou que, durante esses três dias, o Fred a manteve em cárcere privado e a espancou várias vezes. Além da agressão física, ela também foi submetida a tortura psicológica”, disse a delegada que apurou o caso.
*** Informações com ➡ Globo
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