Tão orgulhosos e bravos contra o TSE e as urnas eletrônicas, os que mandam atualmente nas nossas Forças Armadas insistem em ser dóceis e submissos quando o presidente Jair Bolsonaro, enquanto distribui empregos e participa de formaturas e rapapés militares, humilha o Exército Brasileiro.
Já presidente e sempre candidato, ele participou de ato golpista com o Quartel General ao fundo, desprezou o Estatuto Militar e o Regimento Interno do Exército ao atrair o general da ativa Eduardo Pazuello para seu palanque, jogou no lixo o estudo da inteligência da Força sobre procedimentos na pandemia e, o pior, desautorizou pela internet três portarias do Exército sobre monitoramento de armas de civis.
Assim como interveio na PF, interveio no Exército e armou sua tropa civil pelo País afora, não se sabe ainda com que intenções. Embaixadores estrangeiros não exageraram ao concluir, após o espetáculo grotesco contra o processo eleitoral e a imagem do País, que a maior ameaça à democracia no Brasil não são as urnas eletrônicas, é o próprio presidente da República.
Os repórteres Vinícius Valfré e Julia Affonso, do Estadão, informam que o grupo Proarmas tem 34 candidatos em outubro e articula a criação de um partido para chamar de seu, para além da “Bancada da Bala” do Congresso. É aquele que fez um ato a favor de armas diante da Catedral de Brasília no exato dia em que um bolsonarista matou a tiros um petista que ele nem conhecia em Foz do Iguaçu. Coincidência maldita.
Também no Estadão, Marcelo Godoy relatou que revólveres, pistolas, fuzis, espingardas e carabinas compradas legal e fartamente pelos CACs (Caçadores, Atiradores e Colecionadores) foram parar em organizações criminosas a preços bem mais camaradas do que as contrabandeadas. Os CACs são legítimos e a maioria deles não quer guerra, mas estão sendo usados para mais essa “boiada” do governo Bolsonaro.
Quando o Exército reagiu às investidas bolsonaristas, o presidente demitiu o ministro da Defesa e os comandantes de Exército, Marinha e Aeronáutica e escolheu a dedo para a Defesa quem lhe batesse continência e não questionasse seus absurdos, como desacreditar as urnas eletrônicas e as eleições.
Militares devem olhar em volta, quando 70 entidades (inclusive do pessoal da PF, Abin, Itamaraty e Receita) e o mundo jurídico, econômico, empresarial, financeiro, intelectual, cultural, ambiental se manifestam a favor da democracia, eleições livres e Justiça Eleitoral. O Datafolha apontou estabilidade, mas Bolsonaro cutucou a onça com vara curta e a onça civil acordou. Das “Diretas Já” de 1984 para a “Democracia Sempre!”
*** Informações com ➡ O Estadão
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