EUA matam Ayman al-Zawahiri, líder da al-Qaeda, em ataque de drone

O MUNDO HOJE

Os Estados Unidos mataram Ayman al-Zawahiri, líder da al-Qaeda, em um ataque de drone no fim de semana em Cabul, anunciou o presidente Joe Biden na noite desta segunda, em um pronunciamento à nação. O médico egípcio, por décadas um dos terroristas mais procurados do planeta, é acusado de ser um dos arquitetos dos ataques de 11 de Setembro de 2001, ao lado de Osama bin Laden.

Al-Zawahiri, que assumiu o comando do grupo após a morte de Bin Laden há 11 anos, estava em um movimentado bairro residencial da capital afegã quando o ataque aconteceu às 6h18 de domingo (22h48 de sábado no Brasil). Segundo Biden, que falou por cerca de sete minutos, o líder terrorista de 71 anos era “um dos maiores responsáveis pelos ataques que mataram 2.977 pessoas em solo americano” e o “cérebro” por trás de uma série de outras operações contra cidadãos dos EUA:

A justiça foi feita e este líder terrorista já era. Não importa quanto tempo leve, não importa onde você está, se você é uma ameaça para o nosso povo, os Estados Unidos vão te encontrar e te derrubar. — disse Biden, que falou de uma das varandas da Casa Branca, a céu aberto, após ser diagnosticado com Covid-19.

De acordo com Biden, o aval para a operação foi dado há uma semana, após uma série de reuniões com representantes da Segurança Nacional que incluíram até a apresentação de um modelo da casa onde al-Zawahiri estava. O presidente não disse qual agência americana coordenou o ataque, mas fontes afirmaram ao New York Times que não foi o Departamento de Defesa, levantando a possibilidade de que tenha sido uma ação da Agência Central de Inteligência (CIA).

A mulher, as filhas e os netos de al-Zawahiri haviam sido localizados em Cabul no início deste ano pela Inteligência americana, que levou meses para confirmar que o terrorista os acompanhava. Dois mísseis do tipo Hellfire, de alta precisão, foram lançados pela quando havia o menor risco para os civis, incluindo os parentes do terrorista, que não ficaram feridos, segundo o presidente.

— Escutem-me agora: nós sempre permaneceremos vigilantes, sempre agiremos e sempre faremos o que for necessário para garantir a segurança dos americanos em casa e pelo mundo — afirmou Biden.

O ataque de sábado foi o primeiro dos EUA em solo afegão desde a caótica saída dos militares ocidentais do país da Ásia Central, que completará um ano neste mês. A retirada pôs fim às duas décadas da guerra mais longa da História americana, que começou em outubro de 2001.

O governo do então presidente George W. Bush (2001-2009) acusava o Talibã, à época no comando do Afeganistão, de abrigar Bin Laden, que só seria morto em 2011 no Paquistão.

As duas décadas de uma guerra trilionária, contudo, terminaram com o retorno do mesmo Talibã ao poder, em agosto do ano passado, após uma ofensiva relâmpago. A situação gerou críticas maciças para Biden, na época com seis meses de mandato — danos que a bem-sucedida operação do último fim de semana deve ao menos mitigar em um momento conturbado para os democratas, cotados para perderem o controle de ao menos uma das Casas do Congresso nas eleições parlamentares de novembro.

Endosso à estratégia

No ano passado, durante a retirada, fontes da Casa Branca afirmaram que os EUA manteriam a capacidade para ataques “além de horizonte” — ou seja, de fora do território afegão — contra forças terroristas no país. A viabilidade disso era questionada por céticos, mas Biden afirmou que o sucesso da operação de sábado provou que estava correto:

— Quando terminei nossa missão militar no Afeganistão há quase um ano, tomei a decisão de que, após 20 anos de guerra, os Estados Unidos não precisavam mais de botas no solo no Afeganistão para proteger os EUA de terroristas que nos desejam fazer mal — disse o democrata. — Prometi para o povo americano que continuaríamos a fazer operações antiterrorismo no Afeganistão e além. E fizemos justamente isso.

Ao New York Times, fontes do governo americano afirmaram que os dois mísseis foram disparados contra o líder terrorista enquanto ele estava na varanda de uma casa em Sherpur, uma zona residencial nobre em Cabul. Ao mesmo jornal, um analista disse que a residência pertencia a Sirajuddin Haqqani, um funcionário do governo afegão que é próximo da al-Qaeda.

Críticas do Talibã

Uma declaração do regime afegão condenou a operação, afirmando que de início não estava claro o que havia ocorrido, mas que sua própria investigação concluiu se tratar de um ataque de drones americanos. O Talibã disse “condenar veementemente” a operação dos EUA, afirmando que é uma “violação clara dos princípios internacionais” e do acordo firmado em 2020, que não permitem operações militares americanas em solo afegão — um dos motivos pelos quais analistas dizem ser provável que a operação tenha sido encabeçada pela CIA, evitando a participação do Exército.

“Tais ações são uma repetição das experiências fracassadas dos últimos 20 anos e vão na contramão dos interesses dos Estados Unidos, do Afeganistão e da região”, disse em nota Zabihullah Mujahid, porta-voz dos talibãs.

Al-Zawahiri foi médico pessoal e braço direito de Bin Laden, mesmo que não tenha conseguido a mesma notoriedade. Ele era um rosto proeminente nos vídeos da al-Qaeda que profetizavam contra o Ocidente e cuja intensidade aumentou desde o retorno talibã ao poder. Segundo analistas, ele teve um papel-chave para que o grupo terrorista se tornasse uma organização poderosa e letal nos anos 2000, tanto por suas habilidades intelectuais, mas também por sua organização.

Em 1981, o egípcio já havia sido condenado por conspirar para o assassinato do então presidente egípcio Anwar el-Sadat — anos depois, fundiu sua organização, a Jihad Islâmica Egípcia, com o grupo de Bin Laden, aumentando seu alcance. Até este fim de semana, o Departamento de Estado americano oferecia até 25 milhões de dólares por informações que levassem a sua captura.

Ele também é apontado como um dos responsáveis pelos ataques às embaixadas americanas no Quênia e na Tanzânia, em 1998, que foram alguns dos indícios de que o grupo terrorista ganhava força. Também é acusado de ser o cérebro pensante por trás do ataque ao navio USS Cole, da Marinha americana, que deixou 17 militares americanos mortos em 2000.

O paradeiro de al-Zawahiri era há anos uma incógnita, mas os indícios era de que ele se mudou do Paquistão para o Afeganistão no início de 2022, país que evitava há anos por motivos de segurança. O fato de ele conseguir transitar entre os dois países e pelo território afegão, por si só, é um sinal do quanto as duas décadas de guerra não conseguiram causar mudanças profundas nas instituições do afegãs.

Especulações sobre o futuro

Espera-se, contudo, que sua morte não tenha grande impacto prático nas operações do grupo jihadista:

— Al-Zawahiri era muito mais importante estratégica que taticamente para a al-Qaeda — disse ao New York Times Colin Clarke, analista de contraterrorismo do Grupo Soufan, uma firma de consultoria em Nova York. — Ele liderou o grupo por épocas turbulentas, incluindo a Primavera Árabe e a ascensão do Estado Islâmico. Ele manteve a organização viva e suas afiliadas ainda recebiam diretrizes estratégicas, mesmo que ao longo do tempo tenham se tornado mais autônomas e respondessem a eventos locais e regionais, ao invés de globais.

Para Biden, a operação vem em um momento particularmente complicado: com o aumento da inflação e baixa popularidade, há quadros do Partido Democrata que são contra sua candidatura à reeleição em 2024. Se os sucessos militares dão um impulso a curto prazo, contudo, seu impacto mais a longo prazo parece ser incerto: o assassinato de Bin Laden, por exemplo, deu a Obama apenas uma melhora temporária nas pesquisas.

*** Informações com ➡ O Globo

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