Empresário Bolsonarista acusado de perseguir e bater em veículo de vereadora petista morre ao bater carro em “suposta” perseguição policial.

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O empresário bolsonarista e produtor rural Luiz Carlos Ottoni, de 46 anos, morreu após bater com sua caminhonete em um barranco em uma estrada de chão nas proximidades da rodovia RST-481, que dá acesso ao município de Salto do Jacuí, no Rio Grande do Sul.

O acidente aconteceu nessa última terça-feira (13/09/2022), minutos após Ottoni colidir na traseira do carro da vereadora Cleres Maria Cavalheiro Revelante (PT-RS). Segundo ela, a batida foi proposital, e o empresário já a havia intimidado em outras ocasiões.

Ao Estado de Minas, a parlamentar contou, nesta quarta-feira (14/09/2022), que estava indo para casa com o objetivo de pegar a filha para levá-la à casa de uma amiga. Quando trafegava pela avenida Pio 12, na região central da cidade, avistou o carro de Ottoni atrás do dela.
“Estava conversando com minha assessora no momento em que reparei pelo retrovisor uma Hilux, sendo que o motorista, de forma muito brusca, acelerava e brecava. Em dado momento, ele acertou a traseira do meu carro com muita força”, disse, destacando que o empresário fugiu em seguida.
Intimidação por divergências políticas
A vereadora também destacou que o empresário já havia a intimidado em outras oportunidades e acredita que a perseguição tinha motivação política, já que ela é apoiadora do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
 “Durante alguns eventos na região, eu me encontrei com esse senhor, e ele me provocou me chamando aos gritos de esquerdista. Acompanho os episódios de violência por conta da política e nunca pensei que eu passaria por isso”, finalizou.
 ‘Personalidade muito complicada’ 
Em conversa com o Estado de Minas, o delegado da Polícia Civil na cidade, Dieison Anderson Garcia Novroth, informou que uma investigação do caso já está em curso. “Ele (Luiz Carlos Ottoni) de fato bateu na traseira do carro da vereadora. No entanto, estamos apurando se foi algo intencional ou não. Há uma informação preliminar de que ele estava embriagado. É algo que ainda será apurado”, disse.

Conforme o delegado, ainda não é possível afirmar que o episódio tenha viés político. Segundo ele, o empresário e produtor rural já era conhecido na cidade por ser alguém “com uma personalidade muito complicada”. “Em outra ocasião, ele colocou o carro na contramão em uma via apenas para ver os outros motoristas desviando, o que causou alguns acidentes”, lembrou.
‘Não houve perseguição’, diz delegado
Conforme o deputado federal Paulo Pimenta (PT-RS), que trouxe o caso à tona nas redes sociais nesta quarta-feira, uma viatura policial passava pela via, avistou o fato e saiu em perseguição ao suspeito, que perdeu o controle do automóvel e foi a óbito no local. “É inadmissível que o bolsonarismo siga protagonizando tais atos. Basta de ódio!”, escreveu.

No entanto, o delegado Dieison Anderson Garcia Novroth negou que Luiz Carlos Ottoni tenha sido perseguido pelas autoridades policiais.
“Uma brigada militar, que passava pelo local, tomou ciência da colisão envolvendo o carro da parlamentar. Não houve perseguição ao condutor. Os policiais foram até o local (para registrar a ocorrência) após deixarem um preso na delegacia”, informou o delegado, acrescentando que as circunstâncias envolvendo o acidente e a morte do empresário também serão apuradas.

Bolsonaristas versus petistas: escalada de violência 

Na quinta-feira (8/9), um homem de 24 anos, apoiador de Jair Bolsonaro (PL), foi preso após matar o colega de trabalho Benedito Cardoso dos Santos, de 42, apoiador do ex-presidente Lula. O crime aconteceu em Confresa, no Nordeste do Mato Grosso. Conforme a Polícia Civil, o suspeito confessou ser o autor de várias facadas contra a vítima e golpeá-la com um machado.

Outro caso de violência em decorrência de divergência política aconteceu em 9 de julho, quando o policial penal bolsonarista Jorge José da Rocha Guaranho matou a tiros o tesoureiro do Partido dos Trabalhadores (PT) Marcelo Arruda. O crime aconteceu em Foz do Iguaçu, no Paraná, durante a festa de aniversário de Arruda com temática petista. Ele completou 50 anos no dia da sua morte. A Polícia Federal, no entanto, declarou que não houve crime político na ocasião. Guaranho segue preso.

Além desses casos extremos envolvendo mortes, um vídeo em que um homem humilha uma mulher que necessita de ajuda viralizou nas redes sociais, conforme mostrou o EM no último sábado (10/9).

Identificado como o empresário Cássio Cenali, ele indagou a mulher se ela é “Bolsonaro ou Lula?”. Quando a senhora respondeu que vota no candidato Luiz Inácio Lula da Silva, ele disse que “essa é a última marmita” que ela recebeu e que ela “vá pedir para Lula”. Incrédula, a mulher perguntou, entre risos constrangidos, se aquilo era verdade. Após grande repercussão negativa, o empresário gravou um vídeo pedindo desculpas.

*** Informações com ➡ JORNAL O ESTADO DE MINAS
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