Cinco pontos para entender a vitória em 1º turno de Elmano de Freitas no Ceará; em manchete do Diário do Nordeste

POLÍTICA

Com 2,8 milhões de votos, o deputado estadual Elmano de Freitas (PT) deixará a Assembleia Legislativa em 31 de dezembro de 2022 para assumir o Governo do Ceará em 1º de janeiro de 2023 após vitória em primeiro turno. Com ele, foi eleita Jade Romero (MDB) como vice-governadora.

Os 54% de votos válidos na primeira rodada foram uma surpresa até mesmo para os mais otimistas com a campanha. O próprio Elmano, em coletiva, disse que ‘ganhar no 1º turno era impensável’.

Mesmo que o petista apresentasse crescimento constante nas pesquisas de intenção de voto, tinha adversários fortes, que se preparavam havia meses para a disputa pelo Governo do Estado.

Os levantamentos indicavam segundo turno no Ceará entre Elmano e Capitão Wagner (União), candidato que liderou boa parte das pesquisas.

Colocando uma lupa sobre o sucesso de Elmano nas urnas, é possível ressaltar diferentes fatores que contribuíram com o resultado, para além da trajetória política do petista e de seu esforço para vencer a disputa.

1) FORÇA POLÍTICA DE CAMILO SANTANA

O ex-governador do Ceará, eleito o senador mais votado da história no Estado neste domingo (2), é o principal fiador da candidatura de Elmano. Foi Camilo que, após o racha com o PDT, articulou aliados em torno de um palanque próprio do PT, atuou diretamente na definição do nome de Elmano e mobilizou o aval do ex-presidente Lula para o anúncio da candidatura.

A boa gestão à frente do Governo do Estado, principalmente diante da pandemia da Covid-19, e a condução de sua sucessão com a vice-governadora Izolda Cela quando se desincompatibilizou do cargo, fortaleceram Camilo como nova liderança política. Meses antes da eleição, o ex-governador já era cotado como nome garantido para o Senado.

Com um candidato sem o mesmo apelo político, a estratégia de Camilo para migrar votos para Elmano ficou clara em uma campanha na qual um praticamente não saía sem o outro. O slogan “por um Ceará três vezes mais forte”, repetido à exaustão já na convenção de Elmano, ao lado de Lula e Camilo, se estendeu por toda a estrutura da campanha e funcionou.

2) NACIONALIZAÇÃO DA CAMPANHA

Ainda no embalo da tríade de campanha, outro fator de peso foi a presença de Lula, candidato a presidente pelo PT, na disputa. Com histórico de vitórias no Ceará, o ex-presidente teve a imagem “colada” à de Elmano desde o anúncio da pré-candidatura. O líder nacional do partido participou da convenção que homologou a candidatura do PT ao Governo do Estado, em Fortaleza.

Com Lula à frente das pesquisas de intenção de voto, Elmano foi o candidato que mais trouxe o debate nacional para a campanha, sendo alvo de críticas por isso dos adversários Capitão Wagner e Roberto Claúdio (PDT).

No penúltimo dia de campanha, Lula voltou ao Ceará para uma caminhada pelas ruas do Centro de Fortaleza ao lado de Elmano e de Camilo. A presença do presidenciável era forte aposta para alavancar a candidatura do PT no Ceará principalmente entre o eleitorado indeciso.

3) FATOR IZOLDA CELA

E não apenas de padrinhos foi feita a campanha do petista. Dada a atuação como parlamentar governista e a proximidade dele e de Camilo com Izolda Cela, Elmano adotou o discurso de continuidade da gestão do Governo do Estado mesmo sem a atual governadora se envolver diretamente na campanha por maior parte da disputa.

A “madrinha” de Elmano, no entanto, foi alvo de ação judicial por parte da campanha do PDT e de ataques tanto de Roberto Cláudio como de Capitão Wagner. Os ataques mobilizaram aliados em defesa da governadora e em críticas ao adversário pedetista. Ao longo das quatro rodadas da pesquisa Ipec/TV Verdes Mares, Elmano apresentou crescimento entre o eleitorado que avaliava positivamente a gestão de Izolda.

Apenas na reta final da campanha, Izolda declarou voto no petista, com discurso em favor dele no horário de propaganda eleitoral gratuita e nas redes sociais. Na visita de Lula, a governadora posou para foto ao lado do ex-presidente, de Elmano e Camilo.

4) REDE DE PREFEITOS E DEPUTADOS

A relação tanto com Camilo como com Izolda colocou no entorno de Elmano uma ampla rede de prefeitos e deputados. Como o racha político, o PDT perdeu prefeitos ou não contou com apoio direto mesmo daqueles que ficaram, como foi o caso de Ivo Gomes (PDT), prefeito de Sobral.

Dessa forma, o PT, que já detinha o segundo maior número de prefeitos, conseguiu aumentar as bases eleitorais pró-Elmano no Estado.

No caso dos deputados, o risco de sofrerem penalidades junto ao PDT desencorajou apoios a Elmano. Isso, no entanto, não os levou a apoiar com afinco a campanha pedetista de Roberto Cláudio.

Um exemplo da colcha de retalhos que se transformou a campanha de Elmano foi visível na comemoração do resultado na noite de ontem. No palanque petista, estavam nomes como Evandro Leitão (PDT), presidente da Assembleia Legislativa, e o vereador de Fortaleza Léo Couto (PSB), ambos de partidos não-aliados.

5) AUSÊNCIA DE CID GOMES NA DISPUTA

Por fim, um fator não pode ser deixado de lado: a suposta neutralidade do senador Cid Gomes (PDT) nesta campanha. Principal articulador político do grupo que atua há 16 anos no Governo do Estado, o ex-governador se ausentou de eventos públicos e de declarações sobre os rumos eleitorais desde o impasse interno no PDT.

Mesmo com os palanques definidos, Cid entrou na campanha publicamente apenas em setembro com movimentos pró-Ciro e pró-Camilo. Em entrevistas, o pedetista chegou a dizer que estava “se preservando” para atuar em um eventual segundo turno.

A manutenção da proximidade com Camilo e as críticas que recebeu do irmão Ciro Gomes, o qual, em diferentes ocasiões, alegou ter sido “traído” no próprio Estado, não deixa claro se houve ou não atuação de Cid nos bastidores.

Para quem acompanha a trajetória política do senador, no entanto, uma coisa é certa: um tradicional engajamento de Cid na campanha pedetista poderia ter tido outros reflexos para Roberto Cláudio e para o cenário geral.

Elmano foi beneficiado, se não por um apoio direito, pela ausência de Cid desde a crise no PDT.

Os pontos elencados nesta coluna, vale lembrar, focam no entorno do candidato. Nesse percurso, há, claro, o desempenho do próprio candidato em debates, no contato direto com o eleitorado e na capacidade de convencimento daqueles que o escutam e/ou observam.

Neste pleito, venceu Elmano pelo mérito das suas estratégias (pessoais e coletivas), principalmente numa disputa com candidatos com amplo histórico político e trajetória balizada pela população do Estado.

*** Informações com ➡ DIÁRIO DO NORDESTE
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