Após a vitória de Lula (PT) neste domingo 30, a equipe do presidente eleito pregou um governo que busque a pacificação do país. Alguns esperam já articular a transição a partir desta segunda-feira 31, com a composição de um corpo ministerial que reflita a “frente ampla” e inícios de diálogo com o Centrão.
Contudo, há uma expectativa de que o governo Lula persista com o plano de retirar o sigilo de 100 anos aplicados sobre medidas adotadas pelo governo de Jair Bolsonaro (PL), ainda que possa estressar a extrema direita.
Wellington Dias, petista eleito senador do Piauí, afirmou que espera uma composição “ampla” no novo governo, mas que Lula deve estabelecer conversas, primeiramente, com atores políticos que lhe apoiaram no 2º turno.
“O objetivo era esse quando se lançou Alckmin de vice. Ele [Lula] já contava a necessidade de uma coalizão ampla”, afirmou Dias. “Ele [Lula] tem que dialogar, em primeiro lugar, com os que estiveram com ele na campanha.”
Segundo o líder do PT na Câmara, Reginaldo Lopes (MG), o novo governo pretende firmar um “pacto” com o Congresso. Na avaliação do deputado, o Centrão “vai de acordo com a liderança do presidente da República”.
“Como o Bolsonaro era um fraco, o Centrão soltou o orçamento do Brasil no orçamento secreto. Mas se o governo for firme e falar que tem um plano de obras públicas, 80% da base do Bolsonaro migra imediatamente para a base do presidente Lula”, afirmou Lopes.
O petista também afirmou que o atual presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), “escolheu o caminho dele” e que “vai ter que trabalhar muito” para se reeleger ao cargo. Porém, evitou prever qual figura deve ser apoiada por Lula na ao posto, em nome da “pacificação”.
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“Nós vamos construir, conversar com todo mundo. Eu sou da conciliação. O Brasil precisa ser pacificado. Nós vamos unir”, declarou o deputado federal.
Questionado por CartaCapital se Lula poderia desistir do plano de retirar o sigilo de 100 anos de medidas de Bolsonaro, para preservar a pacificação do país, Lopes negou a possibilidade e disse estimar que esse gesto ocorra já no início da nova gestão.
“Lógico que sim”, respondeu o parlamentar, após pergunta sobre retirar o sigilo. “Não pode ter sigilo. O país precisa ter transparência. (…) Não aceitamos isso em hipótese alguma. Nós não vamos pacificar com Bolsonaro, vamos pacificar com pessoas de bem, que votaram no Bolsonaro e que foram enganadas.”
A equipe também planeja articular desde já a reunião de Lula com os governadores das 27 unidades federativas como o primeiro ato do governo no ano que vem. O plano de realizar o encontro foi mencionado por Lula diversas vezes durante a campanha e constou numa carta de compromissos publicada na última semana.
*** Informações com ➡ CARTA CAPITAL
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