Com o Brasil já classificado para as oitavas de final da Copa do Mundo do Qatar e com preocupações físicas, Tite tem a oportunidade de fazer algo que, historicamente, não é comum na seleção brasileira: escalar um time misto no torneio.
Com seis pontos e líder do Grupo G, a seleção joga pelo empate com Camarões na próxima sexta-feira (2) para ficar com o primeiro lugar. Enfrentaria, então, o segundo do Grupo H, que ainda está indefinido.
Neymar, Alex Sandro e Danilo, todos lesionados, já estão vetados para a última rodada. Sintomas de gripe em Antony e Lucas Paquetá foram monitorados pelo departamento médico.
O protocolo da Fifa para o Mundial não exige a realização de testes para detecção de Covid-19 nos jogadores. Apenas recomenda. A CBF não os fez.
Dos 26 convocados para o Mundial, Tite usou 19. Os dois goleiros reservas, Ederson e Weverton, o lateral Daniel Alves, o zagueiro Bremer, o volante Fabinho, o meia Everton Ribeiro e o atacante Pedro ainda não estrearam.
Mesmo quando atua já classificado na última rodada da fase de grupos, o Brasil não costuma fazer muitas mudanças.
Foi assim em 2010, por exemplo. Ainda na disputa pela primeira posição, Dunga fez apenas três alterações entre a equipe que derrotou a Costa do Marfim e a que empatou com Portugal. Entraram Daniel Alves, Julio Baptista e Nilmar.
A única exceção aconteceu em 2006. Depois de passar por Croácia e Austrália, Carlos Alberto Parreira resolveu mudar cinco peças para enfrentar o Japão. Cicinho, Gilberto, Gilberto Silva, Juninho Pernambucano e Robinho receberam oportunidade como titulares.
“Eu me senti bem. Fazia tempo que não atuava nesta posição e levei algum tempo [para me acostumar]. Mas me senti bem”, afirmou o zagueiro Eder Militão, improvisado na lateral direita contra a Suíça graças à contusão de Danilo.
As seleções brasileiras campeãs mundiais que chegaram classificadas à última rodada da fase inicial fizeram poucas mudanças.
Em 2002, Felipão resolveu mudar apenas três nomes para enfrentar a Costa Rica: entraram Edmílson, Júnior e Edílson. Em 1994, foram menos ainda. Parreira manteve o mesmo time que derrotou Camarões para o empate com a Suécia.
Em 1970, diante da Romênia, houve apenas uma troca: Fontana atuou como titular.
Tite não deverá anunciar a escalação. Nem mesmo em sua conferência de imprensa na próxima quinta-feira (1º). Ele já disse não gostar de mostrar para o adversário o que pretende fazer na equipe.
“Os meninos estão dando conta do recado”, opinou o zagueiro Thiago Silva, sobre a possibilidade de mudanças e como os reservas têm reagido quando recebem oportunidades.
Tite dificilmente correrá o risco de repetir o que aconteceu com a seleção no Mundial da Espanha, em 1982. Telê Santana não fez nenhuma mudança entre os 11 escalados para a partida contra a Escócia e o que enfrentaria a Nova Zelândia. Causou descontentamento nos reservas que viram no confronto com o adversário frágil a oportunidade para aparecer.
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