Uma investigadora da Polícia Civil do Maranhão (PC-MA) de 53 anos foi agredida a pauladas por um instrutor durante a 3ª edição do Curso Tático Policial Feminino (CTAP), promovido pela Academia Estadual de Segurança Pública do Ceará (Aesp). Ela teve hematomas nas nádegas e divulgou o caso em suas redes sociais após pedir para sair do curso e voltar ao estado maranhense.
A agente de segurança, que trabalha nas forças de segurança há 14 anos, sofreu a agressão no último dia 8 de junho. A mulher, que ainda não será identificada por motivos de segurança, relatou ao Diário do Nordeste que o agressor a chamava de “velha” durante as pauladas, para fazer “pressão psicológica”.
A maranhense já havia participado de um treinamento mais intensivo de tática, no Curso de Operações Táticas Especiais (COTE), em 2012.
“Foi um curso de 45 dias em 2012, então eu fui bem tranquila fazer este curso [agora], até porque fala de valorização da mulher, empoderamento. Achei bem importante eu participar. Mas foi totalmente desviado esse objetivo”, conta.
INQUÉRITO INSTAURADO
A policial fez um Boletim de Ocorrência (B.O) no dia 10 de junho na Casa da Mulher Brasileira, antes de sair do Ceará. A Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social do Estado do Ceará (SSPDS-CE) informou que um inquérito foi aberto na Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) e pontuou que a mulher foi devidamente acolhida após as oitivas.
“É importante destacar ainda que, assim que o pedido de desligamento do curso foi solicitado pela policial feminina, foi designada uma equipe para acompanhar a vítima ao seu estado de origem”, diz a pasta.
O Curso contou com 44 mulheres como alunas. Haviam agentes de segurança também do Corpo de Bombeiros, da Polícia Militar e da Polícia Penal. Além de cearenses, vieram mulheres dos estados de Pernambuco, Maranhão, Paraná, Rio Grande do Norte e Piauí.
INSTRUTOR FOI AFASTADO DO CURSO
Conforme a SSPDS, o policial de Tocantins suspeito das agressões, que atuava como instrutor do CTAP, foi “imediatamente afastado” das aulas.
Ainda de acordo com a Secretaria, a Controladoria Geral de Disciplina (CGD) dos Órgãos de Segurança Pública, que é “autônoma e isenta”, determinou “imediata instauração de procedimento disciplinar para devida apuração na seara administrativa disciplinar”.
“Por fim, a SSPDS frisa que não compactua com tais condutas e salienta que todas as denúncias apresentadas passam por investigação preliminar no intuito de que indícios de autoria e materialidade sejam colhidos para dar subsídios ao oferecimento de instrução processual e adoção de medidas cabíveis na esfera criminal”, conclui a SSPDS.
*** Informações com ➡ Diário do Nordeste
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