No governo passado, Jair Renan Bolsonaro, filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi ao Palácio do Planalto pegar itens privados do pai para si. A afirmação é de Marcelo Vieira, que chefiou o Gabinete Adjunto de Documentação Histórica da Presidência da República (GADH), órgão responsável por definir quais objetos devem ir para o acervo pessoal do chefe do Executivo ou não.
Em entrevista à GloboNews nesta terça-feira, 5, Vieira disse que Jair Renan esteve no gabinete de documentação histórica para pegar itens de baixo valor, como um boneco e uma camiseta camuflada. Segundo o ex-funcionário, os objetos foram levados em outro dia, após Bolsonaro conversar em particular com o filho e autorizar a retirada.
Segundo ele, os itens levados por Jair Renan não faziam parte do acervo público da União, sendo objetos considerados como “personalíssimos” do ex-presidente. Vieira trabalhou no gabinete entre 2017 e janeiro deste ano, quando foi exonerado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
A reportagem procurou Jair Renan, por meio do advogado, mas ainda não obteve retorno.
Cid tratava todos os itens como personalíssimos, diz Vieira
“O Cid já chegava dizendo que aquilo era personalíssimo. E eu falava assim: ‘pelo amor de Deus, isso não é personalíssimo’. (…) Eu passei quatro anos explicando isso para ele. E ele continuou. Eu não sei se ele não entendia ou se entrava por um ouvido e saía pelo outro.”
O ex-funcionário também afirmou que Cid não consultava formalmente o gabinete para questionar sobre a possibilidade de venda dos presentes, preferindo discutir o assunto em “conversas informais”. Em uma ocasião, o ex-ajudante de ordens pediu para queele assinasse um ofício, três dias antes do fim do mandato de Bolsonaro na Presidência, para autorizar a liberação de um kit de joias que foram retidos em outubro de 2021 pela Receita Federal.
O ex-funcionário disse que ligou para Cid para avisar que não assinaria o documento, porque o presente era de propriedade da União e não pertencia ao acervo privado de Bolsonaro. O tenente-coronel teria, então, solicitado que Vieira explicasse a situação para o “chefe”, em referência ao ex-presidente.
“Ele (Mauro Cid) estava do lado do presidente, e passa e fala: ‘Marcelo, então explica para o chefe (Bolsonaro)’. Eu, resumidamente, explico isso para o chefe, o presidente da República, e ele só fala assim: ‘Ok, obrigado’. E desliga”, disse Marcelo Vieira.
A retenção dos itens pela Receita foi revelada pelo Estadão em março deste ano. A reportagem mostrou que membros do governo Bolsonaro tentaram trazer ilegalmente para o Brasil um pacote entregue pelo governo da Arábia Saudita, que continha joias com colar, anel, relógio e um par de brincos de diamantes.
Vieira é citado em investigação da PF
Segundo a Polícia Federal (PF), que investiga a venda de joias destinadas à Presidência da República, Vieira teria, junto com Mauro Cid e outros aliados de Bolsonaro, atuado para “desviar presentes de alto valor recebidos em razão do cargo” exercido pelo ex-presidente.
Entenda o caso das joias em 5 pontos
“Marcelo da Silva Vieira e outras pessoas não identificadas uniram-se, com unidade de desígnios, com o objetivo de desviar, em proveito do ex-presidente Jair Messias Bolsonaro, presentes (ao menos três conjuntos de alto valor patrimonial) por ele recebidos em razão de seu cargo, ou por autoridades brasileiras em seu nome, entregues por autoridades estrangeiras”, diz a PF.
Em um documento de 105 páginas do Supremo Tribunal Federal (STF), que apresenta os indícios já descobertos pela PF que determinaram a abertura da Operação Lucas 12:2, Vieira é citado em conversas entre Cid e Marcelo Câmara, ex-auxiliar de Bolsonaro, que discutiam sobre a possibilidade da revenda dos objetos recebidos em compromissos oficiais.
Em uma troca de mensagens, Câmara diz a Cid que Vieira teria ressaltado a necessidade de um aviso prévio à Presidência antes da venda dos itens no exterior. O ex-ajudante de ordens diz: “Só dá pena porque estamos falando de 120 mil dólares”. Câmara responde: “O problema é depois justificar para onde foi. De eu informar para a comissão da verdade. Rapidamente vai vazar”.
Em outra conversa, Vieira encaminha um print de uma legislação de 1991 que prevê que o ex-presidente poderia utilizar os bens do seu acervo privado, mas que ressaltava a existência de restrições de venda. O trecho reforça a hipótese da PF de que Cid e Câmara sabiam que a comercialização dos itens no exterior era uma atividade ilegal.
Olá visitantes e seguidores do nosso site Portal de Notícias Aconteceu Ipu estamos com uma nova plataforma de notícias aberto para sua propaganda com diversos tamanhos de banner’s e preço que cabe no seu bolso. Faça sua propaganda em nosso site e tenha seu produto sendo visualizado diariamente por milhares de internautas que acompanham o nosso trabalho de divulgação, destacados em nossas notícias e nas redes sociais: Instagram, Facebook, Twitter e no WhatsApp.
Ligue agora: Temos os melhores preços com toda a qualidade na divulgação da sua propaganda – WhatsApp: Tim (88) 9.9688-9008.
ATENÇÃO:
➡ SE INSCREVA NO NOSSO CANAL DE VÍDEOS NO YOUTUBE – Notícias – Clique Aqui
➡ CANAL DE VÍDEOS NO YOUTUBE – Drone – Voando alto – Clique Aqui
SIGA o nosso novo contato no INSTAGRAM – Click Aqui 🙂