Empresária que mandou matar advogada por interesse no marido dela fez ‘trabalhos espirituais’ pra saber se tinha chance no romance

As investigações apontam que a empresária do ramo de loterias mandou matar a advogada porque estava apaixonada pelo marido da vítima. Ela chegou a pagar R$ 70 mil para um grupo de extermínio cometer o crime, segundo a Delegacias de Assuntos Internos (DAI).

Além de Rafaela, os criminosos também assassinaram Maria Socorro de Vasconcelos, de 78 anos, mãe da advogada. O crime ocorreu no dia 24 de março deste ano, na cidade de Morrinhos, a 235 km de Fortaleza.

Conforme a investigação da Polícia Civil, Ediane e sua irmã mantinham contato com um homem que realizava os trabalhos espirituais para elas. Entre eles, o homem realizou um trabalho para tirar a empresária “do engodo que ela se meteu”, nas palavras do homem.

A mensagem foi trocada em abril de 2023, pouco mais de um mês depois do assassinato de Rafaela Vasconcelos, o que, de acordo com a polícia, indica que o “engodo” que Ediane tentava se livrar era a investigação. A empresária e a irmã enviaram pelo menos R$ 850 ao homem.

Anteriormente, ela já havia contatado o mesmo homem para realizar um serviço de “firmar” velas. Ediane enviou as imagens dos restos das velas, consumidas pelo fogo, para uma casa de itens espirituais, que interpretou o significado da parafina derretida.

“Todo esse formato de sobra da parafina das duas velas, uma com o teu nome e a outra com o nome dele [do marido da vítima]… Sobrou tudo isso aí, significa dificuldades, tá certo? Aí tem esses dois pontos na parte superior, é tu e ele. Aí tá aí o formato da mulher, viu, e do lado uma surpresa, uma coisa também que tá meio inconveniente que eu não sei o que é também”, respondeu o contato a Ediane.

Em outro momento, Ediane pediu ajuda a um amigo para realizar consultas espirituais para entender como estava sua relação com o marido da vítima. Os dois marcaram uma sessão, mas a empresária não pôde comparecer presencialmente e participou por videochamada.

Ela pediu para amigo ver o que o marido da vítima estava “pensando em relação a mim” e questiona “até que ponto” a situação atual – possivelmente uma referência ao assassinato da advogada e a investigação da polícia – pode prejudicá-la.

Conforme as investigações, Ediane contratou um grupo de extermínio, formado por três policiais, para cometer o assassinato da advogada.

O grupo passou dois meses investigando a rotina de Rafaela antes de cometer o crime. A polícia descobriu que nos aparelhos celulares dos suspeitos foram encontradas várias fotos da advogada, como também do trabalho e da residência.

Suspeitos presos e procurados

Em setembro, a Polícia Civil efetuou as prisões de um sargento da Polícia Militar e um homem que não é policial por suspeita de envolvimento no crime. Com as capturas, a polícia conseguiu prender as cinco pessoas suspeitas de participação no crime.

A Controladoria apura os fatos na seara disciplinar. Os militares envolvidos permanecem afastados das funções.