O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu, nesta quarta-feira (13), reduzir a taxa básica de juros, a taxa Selic, em 0,5 ponto percentual, de 12,25% ao ano para 11,75% ao ano.
Este foi o quarto corte seguido na taxa básica de juros, que começou a recuar em agosto deste ano. A decisão foi unânime.
Em 11,75%, a taxa chegou ao menor nível desde o início de março de 2022 – quando estava em 10,75% ao ano.
O Copom é formado pelo presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e por oito diretores da autarquia. Cabe ao comitê definir o patamar da Selic a cada 45 dias.
A próxima reunião do grupo está marcada para os dias 30 e 31 de janeiro de 2024.
A Selic é o principal instrumento de política monetária utilizado pelo BC para controlar a inflação. A taxa influencia todas as taxas de juros do país, como as taxas de juros dos empréstimos, dos financiamentos e das aplicações financeiras.
No comunicado, o Copom também avalia que o cenário internacional está “menos adverso” do que em relação ao período da última reunião, realizada no início de novembro, mas que ainda exige “cautela por parte dos países emergentes”, caso do Brasil.
Segundo o comitê, parte dessa melhoria no ambiente externo está relacionada ao “arrefecimento das taxas de juros de prazos mais longos nos Estados Unidos” e a sinais de um início do processo de queda da inflação em diversos países.
Nesta quarta, o Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) decidiu manter os juros do país inalterados, em uma faixa de 5,25% a 5,50% ao ano, mas sinalizou o fim do ciclo de alta.
Em relação ao cenário brasileiro, o Copom avaliou que a inflação ao consumidor manteve trajetória de desinflação.
Na terça-feira (12), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial do país, subiu 0,28% em novembro, com uma inflação acumulada no ano de 4,04%.
Apesar da alta em novembro, a inflação neste ano está dentro do intervalo das metas de inflação perseguidas pelo BC. Para 2023, a meta central de inflação foi fixada em 3,25% pelo Conselho Monetário Nacional e será considerada formalmente cumprida se oscilar entre 1,75% e 4,75%.
No comunicado, o comitê defendeu novamente a importância de perseguir as metas fiscais já estabelecidas — a mesma sinalização já presente na nota divulgada após a reunião de novembro.
“Tendo em conta a importância da execução das metas fiscais já estabelecidas para a ancoragem das expectativas de inflação e, consequentemente, para a condução da política monetária, o Comitê reafirma a importância da firme persecução dessas metas”.
Para 2024, o governo busca um déficit zero, ou seja, um equilíbrio nas contas públicas, sem resultado negativo nem positivo. Em outubro, no entanto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) levantou dúvidas sobre o tema. Na ocasião, o presidente disse que “dificilmente” a meta zero seria cumprida.
Como as decisões são tomadas
Para definir a taxa básica de juros e tentar conter a alta dos preços, no sistema de metas de inflação, o BC faz projeções para o futuro.
Neste momento, a instituição já está mirando também a meta de 2025. Isso ocorre porque as mudanças na taxa Selic demoram de seis a 18 meses para ter impacto pleno na economia.
A meta de inflação do próximo ano, definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), é de 3% e será considerada cumprida se oscilar entre 1,5% e 4,5%.
A partir de 2025, o governo mudou o regime de metas de inflação, e a meta passou a ser contínua, de 3%, podendo oscilar entre 1,5% e 4,5% sem que seja descumprida.
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