Um dos suspeitos de invadir a conta da primeita-dama, Rosângela Lula da Silva, no X (antigo Twitter) produz conteúdo nazista, misógino e racista na internet. João Vítor Corrêa Ferreira, de 25 anos, é dono de um perfil chamado “Maníaco” no YouTube, Deezer e Facebook, com foco em produção de música.
A Polícia Federal cumpriu, na tarde dessa terça-feira (13/12), quatro mandados de busca e apreensão para apurar o caso. Um dos endereços é da residência de João, em Ribeirão das Neves, Minas Gerais.
Com cerca de 4,4 mil ouvintes mensais e quatro álbuns no Spotify, as músicas de João apresentam letras abertamente antissemitas, racistas e misóginas. João é “artista verificado” pela plataforma, que dá um grau de profissionalismo ao autor.
Um dos seus álbuns se chama “O Sul é meu país”, lema de separatistas dos estados da Região Sul, e há uma canção chamada “Ariano”, defendendo a pureza da raça ariana, mesma tese utilizada por Adolf Hitler na Alemanha nazista.
Além disso, a conta tem outras músicas com apologia à violência de gênero. Em uma canção chamada “Mulher gosta de porrada”, do álbum “Incel pardo”, João afirma que mulheres gostam de apanhar e descreve uma cena em que um homem é morto por tentar apartar “um camarada quebrando sua mulher na porrada”. Em outra música, intitulada “Inflação do mercado bucetal”, o autor diz que “mulher se resume a dois meros buracos”.
Macumba
João ainda associa religiões de matriz africana, nordestinos, negros e a África à pobreza, em uma música chamada “Macumba”. Há diversas mensagens de cunho racista e ataques a pessoas pretas e pardas, na letra.
Segundo a descrição do perfil, João diz que suas letras exploram “desde temas explícitos, perversidade da mente humana, enigmas abstratos até sátiras ácidas”, mas, na verdade, trazem em sua maioria ataques a mulheres e negros.
O autor ainda descreve que a “mulher perfeita” seria alguém “sem amigos homens, apenas amigas”, “submissa e obediente” e “disponível sempre para agradar”. Transfobia também está presente nas músicas.
Sem extremismo violento
O perfil foi deletado nesta quarta-feira (13/12) pelo Spotify, depois que o jornal O Globo entrou em contato com a empresa, após uma publicação de uma reportagem sobre o caso.
Em resposta, o Spotify afirmou:
“Nossas regras de plataforma de longa data deixam claro que não permitimos conteúdo que promova o extremismo violento ou conteúdo que incite à violência ou ao ódio contra um grupo de pessoas com base no sexo.
Após análise, removemos diversas músicas por violarem nossas políticas. Como sempre, o contexto é importante e o conteúdo que não incita claramente à violência ou ao ódio poderia permanecer na plataforma.”
*** Informações com ➡ Metrópoles
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