Da Redação do Aconteceu Ipu
Dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira (4/12/2024) mostram que, em 2023, o Brasil atingiu os menores índices de pobreza e miséria desde o início da série histórica, em 2012. A proporção da população abaixo da linha de pobreza caiu de 31,6% em 2022 para 27,4% em 2023, retirando 8,7 milhões de pessoas dessa condição. No mesmo período, a população em extrema pobreza recuou de 5,9% para 4,4%, marcando a primeira vez que o índice ficou abaixo de 5%.
Sem os programas sociais do governo federal, a extrema pobreza teria saltado para 11,2%, e a pobreza para 32,4%, segundo o levantamento.
Impactos dos programas sociais
Os benefícios sociais tiveram um papel essencial na contenção da pobreza. André Simões, da equipe da Síntese de Indicadores Sociais (SIS), destacou que os programas atuaram na base da estrutura de rendimentos e evitaram um aumento do Índice de Gini, que permaneceu em 0,518. Sem os benefícios, o Gini teria subido para 0,555, indicando maior desigualdade.
Em 2023, a renda total dos 10% mais ricos foi 3,6 vezes maior do que a dos 40% mais pobres, sem variação frente a 2022.
Pobreza entre trabalhadores e desocupados
A pesquisa revelou que a pobreza é mais intensa entre a população desocupada. Apenas 1% dos trabalhadores eram extremamente pobres em 2023, enquanto entre os desocupados, esse índice foi de 14,6%. A proporção de pessoas ocupadas pobres foi de 14,2%, contra 54,9% entre os desocupados.
Os programas sociais impactaram mais a população rural, onde 51% viviam em domicílios beneficiados, contra 24,5% em áreas urbanas.
Menor taxa de jovens “nem-nem”
A quantidade de jovens de 15 a 29 anos que não estudavam nem estavam ocupados (“nem-nem”) atingiu o menor número desde 2012: 10,3 milhões (21,2%). Essa redução se deve a melhorias no mercado de trabalho, aumento de jovens estudando e ocupados, e mudanças demográficas. No entanto, a desigualdade persiste. Entre os domicílios mais pobres, 49,3% dos jovens estavam nessa condição, enquanto nos mais ricos, apenas 6,6%.
Persistência das desigualdades
A desigualdade de gênero e raça também foi evidenciada. Entre os jovens “nem-nem” em 2023:
- Mulheres pretas ou pardas representavam 45,2%.
- Mulheres brancas eram 18,9%.
- Homens pretos ou pardos eram 23,4%.
- Homens brancos eram 11,3%.
As reduções mais significativas ocorreram entre mulheres brancas (-11,9%) e homens pretos ou pardos (-9,3%). Mulheres pretas ou pardas tiveram a menor redução (-1,6%).
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*** Informações com ➡ Conteúdo Revista Forum/Plinio Teodoro
** Postagem: Virginia Aragão Soares
(Direto da Redação do Aconteceu Ipu)
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