Da Redação do Aconteceu Ipu
Com a chegada de um novo ano, as autoridades de saúde do Ceará voltam suas atenções para as doenças sazonais típicas do período chuvoso, como a dengue. Porém, em 2025, uma nova preocupação ganha destaque: a febre oropouche, uma arbovirose que tem apresentado disseminação crescente no Brasil e exige vigilância redobrada no Estado.
Casos de Febre Oropouche no Ceará: Uma Nova Ameaça
O primeiro caso da febre oropouche no Ceará foi confirmado em junho de 2024, e até dezembro, a Secretaria Estadual da Saúde (Sesa) registrou 254 infecções e um óbito fetal, concentrados na região do Maciço de Baturité. Para este ano, o monitoramento será ampliado para outras regiões serranas, como Cariri, Ibiapaba e Meruoca, devido às semelhanças ambientais favoráveis à proliferação do mosquito maruim, transmissor do vírus.
No Brasil, o cenário é igualmente preocupante. Em 2024, o país contabilizou 11.695 casos, com destaque para estados como o Espírito Santo. O crescimento constante levou o Ministério da Saúde a emitir uma nota técnica alertando sobre a necessidade de vigilância ativa.
Impactos e Grupos de Risco
Embora não esteja em surto no momento, a febre oropouche apresenta transmissão residual em populações suscetíveis, o que reforça a necessidade de vigilância contínua. O secretário executivo de Vigilância em Saúde da Sesa, Antonio Silva Lima Neto, destacou que a doença pode trazer complicações, especialmente para gestantes, como evidenciado pelo óbito fetal ocorrido no Ceará.
Além disso, a febre oropouche também tem sido associada a complicações neurológicas em casos graves, o que amplia os desafios para o sistema de saúde, caso haja maior disseminação do vírus.
O Mosquito Maruim e os Fatores de Proliferação
O vetor do vírus oropouche, conhecido como mosquito maruim ou mosquito-pólvora, prolifera em áreas úmidas e com alta concentração de matéria orgânica, como:
- Beiras de lagos e rios;
- Acúmulo de folhas e raízes;
- Poças d’água e sistemas de esgoto;
- Túneis de drenagem e buracos em árvores.
No Maciço de Baturité, onde os casos foram registrados, a proximidade de plantações de banana e chuchu contribuiu para a alta densidade do mosquito. A possibilidade de transmissão por outros vetores, como o culex (muriçoca), ainda está sendo estudada, mas os indícios são iniciais.
Dengue: Um Risco Controlado, Mas Ainda Presente
Enquanto a febre oropouche exige atenção especial, a dengue segue como a arbovirose mais comum no Ceará. Em 2025, as projeções indicam uma transmissão de moderada a baixa, devido à imunidade já adquirida pela população contra os sorotipos 1 e 2.
Por outro lado, a reintrodução do sorotipo 3 (denv 3) representa uma ameaça latente. Esse sorotipo, que não circula no Estado há mais de 15 anos, está em alta em outros estados, como São Paulo e Minas Gerais, e pode encontrar uma população suscetível no Ceará.
Prevenção e Vigilância em 2025
Ações de vigilância epidemiológica e controle de vetores serão cruciais em 2025 para conter as arboviroses no Ceará. As autoridades de saúde destacam a importância de combater criadouros de mosquitos, monitorar regiões de risco e intensificar a proteção de grupos vulneráveis, como gestantes.
Com um cenário dinâmico e desafios em múltiplas frentes, o Estado reforça o compromisso com estratégias de saúde pública que possam minimizar os impactos dessas doenças na população
*** Informações com ➡ Conteúdo Diário do Nordeste
** Postagem: Virginia Aragão Soares
(Direto da Redação do Aconteceu Ipu)
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