Da Redação do Aconteceu Ipu
Impactos da Maresia na Economia e no Cotidiano – Samuel de Castro Santiago, de 43 anos, proprietário de uma pousada na Praia do Futuro I, em Fortaleza, enfrenta altos custos com manutenção. A cada seis meses, ele gasta cerca de R$ 6 mil para reparar móveis e eletrodomésticos danificados pela corrosão causada pela maresia. Esse fenômeno afeta não apenas comerciantes, mas também moradores da região.
Marcos Moura, de 55 anos, dono de uma oficina mecânica na Praia do Futuro, relata dificuldades para manter suas ferramentas em bom estado. “De três a seis meses, as ferramentas ficam cheias de ferrugem”, conta. Além disso, muitos clientes procuram sua oficina para reparar veículos corroídos pelo sal marinho.
A psicóloga Rosita Vidal, de 67 anos, também sofreu prejuízos. “Meu carro, com menos de seis meses, já apresenta ferrugem na parte inferior. Minha TV, com menos de dois anos, simplesmente apagou a imagem”, relata.
Pesquisa Revela a Maresia Mais Forte do Mundo
Um estudo conduzido pelo professor Eduardo Cabral, coordenador do Laboratório de Materiais de Construção Civil (LMCC) da Universidade Federal do Ceará (UFC), identificou a Praia do Futuro como a região com a maior maresia do mundo. A pesquisa foi realizada em 2018 e utilizou o método da vela úmida para medir a concentração de íons cloro no ar.
O levantamento coletou dados em 46 pontos de Fortaleza ao longo de um ano. O resultado mostrou que a maresia na Praia do Futuro supera outras cidades brasileiras e internacionais. Antes, o maior índice de maresia no Brasil era registrado em São Francisco do Sul (SC), mas Fortaleza apresentou o dobro da concentração. Em comparação global, a maresia da Praia do Futuro é 87,34% mais intensa do que na Nigéria, segunda colocada, e 5149,63% maior do que na Espanha, última do ranking.
Como a Maresia se Forma e Seus Efeitos
A maresia é uma névoa fina e úmida composta por gotículas de água salgada, transportada pelo vento. O professor Pedro Lima, do Departamento de Química Analítica e Físico-Química da UFC, explica como o fenômeno ocorre:
- As ondas do mar se quebram, liberando gotículas de água salgada no ar;
- O vento carrega essas partículas para o continente;
- Os íons de cloro se depositam em superfícies metálicas, estruturas de concreto e aparelhos eletrônicos, acelerando a corrosão.
O professor Eduardo Cabral destaca que a forte incidência de ventos em Fortaleza intensifica a maresia, tornando-a ainda mais penetrante e destrutiva. Para moradores e empresários, isso significa prejuízos constantes e desafios na preservação de bens e equipamentos.
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*** Informações com ➡ Conteúdo G1 Ceará
** Postagem: Virginia Aragão Soares
(Direto da Redação do Aconteceu Ipu)
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