Da Redação do Aconteceu Ipu
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), retirou nesta quarta-feira, 19, o sigilo da delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL). A decisão veio horas após a Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciar o ex-presidente e outras 33 pessoas por participação em uma tentativa de golpe de Estado.
Delação reforça denúncia da PGR contra Bolsonaro
A delação de Mauro Cid foi peça-chave na denúncia da PGR, que aponta Bolsonaro como líder de uma organização que tentou impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) após as eleições de 2022. A Procuradoria analisou relatórios da Polícia Federal (PF), que revelaram estratégias coordenadas para desacreditar o sistema eleitoral e articular uma ruptura democrática.
Entre as ações apontadas, Bolsonaro convocou embaixadores para questionar as urnas eletrônicas — o que o tornou inelegível até 2030 — e demorou a reconhecer a derrota no segundo turno.
Plano golpista e operação “Punhal Verde e Amarelo”
Em 6 de dezembro de 2022, Bolsonaro se reuniu no Palácio do Planalto com Mário Fernandes, então secretário-executivo da Presidência, e outros militares para discutir o plano “Punhal Verde e Amarelo”. O documento previa execuções de autoridades em 15 de dezembro e a criação de um “Gabinete Institucional de Gestão de Crise” para gerenciar a ruptura democrática.
A investigação apontou a participação direta de oficiais das Forças Especiais e revelou que Bolsonaro editou a minuta do golpe antes de enviá-la ao general Freire Gomes, comandante do Exército à época. Apesar da pressão, Gomes não endossou formalmente o plano.
Fatores que garantiram a delação de Mauro Cid
Cid firmou seu acordo com a Polícia Federal em setembro de 2023, buscando proteger seu pai e sua esposa, também investigados por crimes como a venda de joias árabes e falsificação de cartões de vacina. Sua delação foi ameaçada após suspeitas de omissões, mas se manteve após apontar a participação de Walter Braga Netto e revelar um plano para assassinar Lula, Geraldo Alckmin e Alexandre de Moraes.
Próximos passos no STF
Agora, a denúncia segue para a Primeira Turma do STF, que decidirá se Bolsonaro será réu pelos crimes apontados. A delação e as provas apresentadas devem guiar os próximos desdobramentos jurídicos e políticos do caso.
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*** Informações com ➡ Conteúdo Revista IstoÉ
** Postagem: Virginia Aragão Soares
(Direto da Redação do Aconteceu Ipu)
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