MP e CGD investigam esquema de desvio de armas e munições na Secretaria da Administração Penitenciária do Ceará

Sigilo no processo e acompanhamento do Ministério Público

A investigação corre sob sigilo, e a CGD não informou se o suspeito foi indiciado ou se outros servidores estão envolvidos. O Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE), por meio da 106ª Promotoria de Justiça de Fortaleza, acompanha o caso, mas declarou que não pode fornecer mais detalhes devido à confidencialidade do processo.

Procedimento disciplinar e possíveis sanções

No dia 13 deste mês, a CGD instaurou um Procedimento Administrativo Disciplinar (PAD) para aprofundar as apurações no âmbito interno da SAP. Dependendo do resultado, o policial penal investigado pode ser demitido.

O sumiço das armas e a resposta da SAP

A reportagem questionou a SAP sobre a quantidade de armas desaparecidas, mas não obteve resposta oficial. Uma fonte revelou que o desvio ocorre há meses e que, somente em 2023, desapareceram pelo menos 100 armas, entre fuzis e pistolas. A SAP afirmou que o sumiço foi detectado por sua própria gestão e que as investigações internas foram iniciadas imediatamente.

Inventário e recadastramento de armamentos

Diante da suspeita, o secretário da SAP determinou um inventário completo dos armamentos. Todos os servidores que possuíam armas acauteladas tiveram que apresentá-las para conferência. No início de 2024, um recadastramento foi realizado, mas, segundo a presidente do Sindicato dos Policiais Penais do Ceará (Sindppen), Joélia Silveira, não foram apresentadas provas concretas do desvio.

Quem é o policial penal investigado?

O policial penal Rocky Marciano Lopes Nogueira, servidor da SAP desde 2008, é apontado como suspeito na investigação. De acordo com o Diário Oficial do Estado (DOE), ele teria sido negligente na guarda de armamentos enquanto exercia a função de supervisor do Núcleo de Armamentos (NUARM). Durante seu período na gestão, uma quantidade considerável de armas desapareceu.

A reportagem não conseguiu contato com Rocky Marciano para comentar a investigação. Conforme consulta ao Portal da Transparência, ele segue ativo no serviço público com um salário superior a R$ 15 mil, incluindo gratificações.

Medidas adotadas pela SAP

Ao tomar conhecimento do caso, a SAP afastou Rocky Marciano da gestão dos armamentos e comunicou o ocorrido à CGD. Também foi realizado um levantamento patrimonial das armas da Secretaria para contribuir com as investigações.

Durante o período de investigação, o policial penal teria deixado de comparecer ao serviço. A SAP, então, oficializou sua condição de abandono de cargo e solicitou providências junto à CGD, que segue conduzindo o inquérito policial.

A CGD confirmou que o caso foi encaminhado à Justiça e que o processo disciplinar segue em tramitação conforme a legislação vigente. O desfecho da investigação ainda é aguardado.