Dos prefeitos que podem perder os mandatos, 5 já foram cassados no Ceará; os outros continuam na mira da Justiça

Barroquinha: uso indevido de verbas destinadas a candidaturas negras

No caso mais recente, ocorrido no fim de março, o prefeito de Barroquinha, Jaime Veras (PSD), sua vice Carmem Lúcia (PSD) e cinco vereadores do partido tiveram seus diplomas cassados. Segundo o MPE, houve desvio de recursos do Fundo Especial de Financiamento de Campanha que deveriam ser direcionados a candidatos negros. Além disso, em dezembro de 2024, a chapa já havia sido denunciada por suposta distribuição de eletrodomésticos em troca de votos.

Senador Sá: “Cavalgada do Bel” levou à cassação do prefeito

O prefeito Bel Júnior (PP), de Senador Sá, foi o primeiro do estado a ter o mandato cassado em 2025. Inicialmente anulado por questões formais, o julgamento foi retomado e confirmado por unanimidade pelo TRE-CE. A decisão determinou a cassação dos diplomas e a inelegibilidade do prefeito e da vice, Professora Maria (PP), por oito anos, com base em abuso de poder político e econômico durante o evento “Cavalgada do Bel”.

Alto Santo: novas eleições já foram determinadas

No município de Alto Santo, o prefeito Joeni (PP) e a vice Genileuda (PT) também perderam os mandatos em fevereiro. A decisão foi tomada por maioria de votos no TRE-CE, que apontou abuso de poder político durante o pleito. A Justiça Eleitoral determinou a realização de novas eleições na cidade, cuja data ainda será definida.

Barbalha: distribuição de benefícios sociais em foco

Em Barbalha, a gestão do prefeito reeleito Guilherme Saraiva (PT) e do vice Vevé Siqueira (PT) foi alvo de denúncias feitas por opositores. As acusações incluem contratações irregulares, doações de terrenos e imóveis, obras públicas com possível interesse eleitoral e a entrega de benefícios sociais durante a campanha.

Aurora: uso da máquina pública motivou cassação

Em Aurora, o prefeito Marcone Tavares (PT) e a vice Glória Maria Ramos (PSB) foram cassados por abuso de poder político e econômico. Entre as denúncias, destacam-se o uso de máquinas públicas em propriedades privadas, aumento suspeito na folha de pagamento e a ampliação sem justificativa do programa municipal de aluguel social. Em pronunciamento nas redes sociais, Marcone disse estar surpreso com a decisão, alegando que o processo havia sido arquivado anteriormente por falta de provas.

Gestores seguem nos cargos enquanto recorrem

Apesar das decisões de cassação, todos os prefeitos mencionados continuam nos respectivos cargos, aguardando o julgamento de recursos em instâncias superiores. As situações refletem o acirramento do controle jurídico sobre as campanhas eleitorais no Ceará e o fortalecimento da atuação do Ministério Público Eleitoral no combate às irregularidades.