Morre Divaldo Franco, um dos principais líderes espíritas do Brasil, aos 98 anos

Despedida marcada por gratidão e homenagens

O velório será realizado nesta quarta-feira (14), das 9h às 20h, no Ginásio da Mansão do Caminho, em Salvador — centro fundado por Divaldo. O sepultamento está marcado para quinta-feira (15), às 10h, no Cemitério Bosque da Paz, também na capital baiana. O espaço deve receber milhares de admiradores, discípulos e representantes de instituições nacionais e internacionais.

Tratamento contra câncer e últimas aparições públicas

Embora a causa da morte não tenha sido oficialmente divulgada, Divaldo vinha tratando um câncer na bexiga desde novembro de 2024. Mesmo com a saúde debilitada, ele continuava ativo nas redes sociais e seguia participando de encontros virtuais, reafirmando sua fé e missão espiritual.

Uma vida dedicada à caridade e à propagação do espiritismo

Natural de Feira de Santana (BA), Divaldo nasceu em 5 de maio de 1927. Tornou-se um dos mais respeitados nomes do espiritismo no mundo, com mais de 20 mil conferências realizadas em mais de 2.500 cidades e 71 países. Sua atuação ultrapassava fronteiras doutrinárias e religiosas, pautada pela compaixão, diálogo e acolhimento.

Obra literária de impacto internacional

Autor de mais de 260 livros — atribuídos a cerca de 200 autores espirituais —, Divaldo alcançou mais de 10 milhões de exemplares vendidos, com obras traduzidas para 17 idiomas. Seus escritos abordam temas como espiritualidade, reencarnação, educação, saúde emocional e paz interior, inspirando milhões de leitores ao redor do mundo.

Mansão do Caminho: um oásis de solidariedade em Salvador

Em parceria com Nilson de Souza Pereira, fundou o Centro Espírita Caminho da Redenção em 1947 e, cinco anos depois, a Mansão do Caminho, uma das maiores referências de assistência social no Brasil. O complexo conta com 44 edificações que atendem, diariamente, mais de 5 mil pessoas, oferecendo educação, saúde e suporte integral a famílias em situação de vulnerabilidade.

Pai de coração para centenas de crianças

Chamado carinhosamente de “Tio Divaldo”, o médium foi também um pai para muitos: adotou mais de 650 crianças ao longo da vida, criando-as em sistema de casas-lares na Mansão do Caminho. Sua atuação como educador, mentor e cuidador o transformou em um símbolo de amor incondicional e altruísmo.

Reconhecimento em vida e legado imortal

Divaldo Franco recebeu mais de 800 homenagens de instituições culturais, religiosas, políticas e acadêmicas, no Brasil e no exterior. Foi reconhecido como Embaixador da Paz, honraria concedida por entidades internacionais devido ao seu trabalho pela fraternidade entre os povos e pela defesa da dignidade humana.

“Retornou hoje à Pátria Espiritual”, afirma o comunicado oficial, em referência à crença espírita na continuidade da vida após a morte. Para milhões de pessoas, Divaldo Franco não parte — apenas prossegue sua jornada em outro plano, deixando no mundo físico uma marca de luz, compaixão e serviço.