Quatro suspeitos de envolvimento em duplo homicídio de jovens são presos em Fortaleza

Vítimas desobedeceram suposta regra imposta por facção

Gabriela Sousa da Silva e Krislla Maria Freire Jorge teriam sido mortas por não obedecerem a uma suposta “ordem” de circular com os vidros do carro abaixados — prática que, segundo a Polícia Civil, é exigida por criminosos em áreas controladas por facções. As jovens foram atingidas por disparos e levadas ao Hospital Frotinha da Messejana, mas não resistiram aos ferimentos.

Um terceiro ocupante do veículo, um homem que estava com as vítimas, conseguiu escapar ileso do ataque.

Criminosos já tinham antecedentes criminais

Os quatro suspeitos presos têm entre 22 e 28 anos e já possuíam passagens pela polícia por crimes como homicídio, roubo, associação criminosa e corrupção de menores. Um outro envolvido, de 19 anos, havia sido capturado ainda em março, dias após o crime.

Com a conclusão das prisões, a Polícia Civil finalizou o inquérito e enviou o material à Justiça, com o indiciamento de cinco pessoas.

Depoimentos contraditórios e investigação em torno do ex-namorado

Testemunhas relataram que o carro das vítimas foi perseguido por seis homens em três motocicletas. Entre os suspeitos está o ex-namorado de Gabriela, que, segundo relatos, teria participado diretamente dos disparos.

Kairo Gabriel Rodrigues Dias, o primeiro suspeito detido, confessou ter participado da perseguição, mas negou ter efetuado disparos. Ele disse que o carro chamou atenção por passar em alta velocidade e que os tiros teriam sido disparados por outra pessoa, incomodada com os vidros fechados do veículo.

A versão de Kairo foi refutada por outras testemunhas, que apontaram os ocupantes das motocicletas como autores dos disparos. A Polícia Civil considerou todas as hipóteses, incluindo o envolvimento emocional de um dos acusados com uma das vítimas.

Carro usado pelas vítimas pertencia a estrangeiro

O veículo em que as jovens estavam, um Jeep Compass de alto valor, era de propriedade de um cidadão suíço de 58 anos, com quem Gabriela mantinha um relacionamento recente. Ele relatou à polícia que estava hospedado na casa da família da jovem e não sabia que ela havia saído com o carro na madrugada do crime.

O estrangeiro só soube do assassinato quando policiais chegaram à residência da vítima e o informaram sobre o ocorrido. Seu depoimento foi fundamental para esclarecer parte da dinâmica dos eventos.