Sete pessoas integrantes de uma facção criminosa são denunciadas por mortes de Bia Dançarina e do marido em Baturité

Facção criminosa teria ordenado a execução do casal

Segundo a investigação, os crimes foram planejados e executados por membros de uma facção criminosa local. O grupo suspeitava que Bia estivesse repassando informações à polícia, especialmente por ela frequentar com frequência a Delegacia de Baturité. Embora as visitas estivessem ligadas a conflitos pessoais com o marido, a facção interpretou os atos como traição.

Áudio revela planos para “limpeza” no bairro

Um dos indícios reunidos pela Polícia Civil é um áudio entre Francisco Edvan Souza Soares e Francisco Afonso Araújo Barreto, conhecido como “José”, de 27 anos. Na conversa, os dois mencionam a necessidade de “fazer uma limpeza” no Conjunto São Francisco, alegando presença excessiva da polícia no local. Edvan não foi formalmente denunciado, mas é citado no processo como articulador da morte de Bia.

Ameaças e ordem de expulsão precederam os assassinatos

Antes do crime, Bia teria se desentendido com Edivando dos Santos da Silva, o “Estrela”, de 27 anos. Após esse episódio, Raquel Sales Muniz, de 34 anos, apontada como líder da facção na região, ordenou que Bia e o marido deixassem o bairro. A ameaça foi reforçada por Paulo Michael da Costa Freitas e Francisco Afonso, também considerados lideranças no grupo criminoso.

Execução em plena luz do dia facilitou reconhecimento

Os homicídios aconteceram durante o dia, dentro da casa do casal, o que permitiu que testemunhas identificassem os suspeitos. Além de Raquel, Edivando e Francisco Afonso, também foram denunciados Francisco Jurandir Alves da Silva, o “Didi” (32), Gabriel Sales Silva (18), e Antônio Rodrigues da Silva Neto, o “Neto Peru” (42). Estes últimos teriam sido os autores diretos dos disparos.

Seis denunciados já estão presos; um segue foragido

De acordo com a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), seis dos sete denunciados estão presos. As capturas ocorreram entre março e maio, em municípios como Baturité e Maracanaú. Apenas Antônio Rodrigues da Silva Neto segue foragido.

Bia era figura conhecida nas redes e eventos locais

Bia Dançarina era bastante popular na região por suas apresentações em feiras e eventos. Com mais de 70 mil seguidores nas redes sociais, ela chegou a gravar um vídeo um dia antes do crime, relatando que estava sendo ameaçada. O conteúdo reforça a tese de que ela já temia por sua vida.