Jovem argentina é atropelada no Rio Grande do Sul e motorista arrasta corpo preso ao carro por quase 3 km

O caso gerou comoção e levanta questionamentos sobre a responsabilidade do motorista, que só notou que havia uma vítima humana no veículo ao chegar próximo de casa.

Motorista acreditava ter atingido um animal

De acordo com o relato prestado à polícia, o motorista — que não teve o nome revelado — conduzia o carro por volta das 3h30 da manhã, acompanhado de uma mulher. Ambos afirmaram ter escutado um impacto, mas acreditaram que haviam atropelado um animal e seguiram viagem.

O condutor confessou ainda que teve medo de parar naquela hora da madrugada, o que o levou a continuar dirigindo. O corpo da jovem só foi percebido quando a passageira viu uma perna pendurada no vidro traseiro do carro, já próximo da residência do motorista. “Temos convicção de que a morte ocorreu em decorrência do acidente de trânsito”, afirmou a delegada Elaine Maria da Silva, responsável pela investigação.

Recusa em fazer o teste do bafômetro

Após perceber a gravidade da situação, o motorista acionou a Brigada Militar e se apresentou espontaneamente a uma delegacia. No entanto, recusou-se a realizar o teste do bafômetro, que poderia identificar se havia consumo de álcool.

O caso foi registrado como homicídio culposo — quando não há intenção de matar — e o motorista foi liberado para responder em liberdade. A conduta dele, incluindo a recusa ao teste, deve ser avaliada durante o andamento do inquérito.

Vítima trabalhava em casa noturna próxima ao local do acidente

Segundo a polícia, a jovem argentina havia começado a trabalhar recentemente em uma casa noturna localizada às margens da RS-344. No momento do acidente, ela usava apenas uma blusa e um par de meias, o que levanta hipóteses de que poderia estar voltando do trabalho ou tentando atravessar a rodovia em circunstâncias ainda não esclarecidas.

Familiares da vítima foram acionados para realizar o reconhecimento e liberação do corpo. A identidade da jovem não foi divulgada oficialmente, mas o caso segue em investigação.

Investigação deve apurar omissão de socorro

As autoridades também devem analisar a possível ocorrência de omissão de socorro, já que o motorista não parou imediatamente para verificar o que havia acontecido. Mesmo tendo se apresentado posteriormente, sua atitude pode ter influenciado negativamente nas chances de sobrevivência da vítima, caso ela ainda estivesse viva após o impacto inicial.

A rodovia RS-344 já foi palco de outros acidentes graves, e moradores da região pedem melhor sinalização e fiscalização no trecho.

A tragédia com a jovem argentina deixa uma família em luto e uma série de perguntas ainda sem resposta, enquanto a investigação busca esclarecer exatamente o que ocorreu naquela madrugada.