‘Será o fim do planeta’: Rússia ameaça ataque nuclear se Ucrânia avançar sobre territórios

Fim do mundo se não houver “paz verdadeira”

Medinski, que lidera a delegação russa nas negociações de paz com a Ucrânia, afirmou que um simples cessar-fogo, sem um acordo definitivo, não seria suficiente para encerrar o conflito e evitar uma tragédia global. “Depois de algum tempo, a Ucrânia, junto com a Otan e seus aliados, tentará retomar o território, e isso será o fim do planeta — será uma guerra nuclear”, declarou.

A fala reacendeu preocupações no cenário internacional sobre a possibilidade de um confronto direto entre potências nucleares. Segundo o assessor, sem um tratado de paz formal, o conflito tende a se arrastar e seguir o mesmo caminho do histórico confronto entre Armênia e Azerbaijão pela região do Carabaque.

Rússia insiste em manter territórios ocupados

Embora Medinski não tenha especificado o que seria uma “paz verdadeira”, o governo russo continua inflexível em suas exigências: quer o reconhecimento internacional dos territórios ocupados (que hoje somam cerca de 20% da Ucrânia) e que a Ucrânia nunca entre para a Otan. Tais condições são consideradas inaceitáveis por Kiev e pelos seus aliados ocidentais.

Nova troca de prisioneiros marca avanço humanitário

Apesar do impasse político e militar, Rússia e Ucrânia deram um passo importante no campo humanitário nesta segunda-feira (9), com a realização de mais uma troca de prisioneiros de guerra.

Desta vez, foram libertados combatentes com menos de 25 anos e outros com ferimentos graves, como parte de um acordo que pode resultar na maior troca da guerra até agora.

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, confirmou a operação e disse que a troca será realizada em múltiplas etapas nos próximos dias.  “Estamos fazendo todo o possível para trazer de volta cada uma das pessoas”, afirmou Zelensky.

Negociações de paz seguem sem avanço concreto

As trocas de prisioneiros ocorreram em paralelo às negociações diretas entre Rússia e Ucrânia, iniciadas no mês passado — as primeiras desde o início do conflito, em 2022. Duas rodadas de conversas já foram realizadas, mas nenhum acordo de cessar-fogo foi alcançado até agora.

Ainda não há previsão para um novo encontro entre os representantes dos dois países.

Ucrânia mantém ofensivas contra alvos russos

Enquanto os diálogos diplomáticos não avançam, os ataques militares continuam. Na semana passada, a Ucrânia realizou uma ofensiva com drones escondidos em caminhões que se deslocaram por território russo e atingiram 41 aviões de guerra em bases aéreas. O ataque, considerado um dos mais ousados da guerra, foi visto como um recado de que Kiev não pretende recuar militarmente.

O cenário segue instável e, com as ameaças nucleares no discurso oficial russo, a comunidade internacional redobra a atenção. Líderes mundiais cobram soluções pacíficas urgentes para impedir que o conflito ganhe proporções ainda mais devastadoras.