Ex-presidente da Argentina, Cristina Kirchner é condenada à prisão por corrupção

Crimes envolvem corrupção e contratos superfaturados

A decisão da mais alta instância do Judiciário argentino baseou-se em evidências reunidas no chamado caso Vialidad, que investigou desvios e fraudes na concessão de contratos públicos durante os anos em que Cristina esteve no poder. Os crimes incluem:

• Corrupção em contratos de obras públicas;

• Pagamentos superfaturados a empreiteiras ligadas a aliados políticos;

• Irregularidades na província de Santa Cruz, reduto histórico do kirchnerismo.

“As sentenças ditadas pelos tribunais anteriores se basearam em abundantes provas produzidas”, declarou a Suprema Corte em nota oficial. A apelação apresentada pela defesa da ex-presidente foi rejeitada integralmente.

Cristina acusa Justiça de perseguição política

Após o veredicto, Cristina Kirchner voltou a criticar os procuradores e juízes envolvidos no caso, afirmando que há um interesse político em retirá-la da disputa eleitoral. “Querem me tornar inelegível, e conseguiram”, disse a ex-presidente, que atualmente é uma das principais vozes da oposição ao governo de Javier Milei.

Deputada não será mais: condenação barra tentativa de novo mandato

Na semana passada, Cristina havia anunciado sua intenção de concorrer a uma vaga na Câmara dos Deputados pela província de Buenos Aires nas eleições legislativas de setembro. A candidatura garantiria foro privilegiado e poderia blindá-la temporariamente de sanções.

No entanto, com a confirmação da condenação, a ex-presidente está impedida de disputar qualquer cargo público, o que força seu partido e aliados a reorganizarem a estratégia eleitoral para as eleições legislativas nacionais marcadas para outubro.

Possibilidade de prisão domiciliar será avaliada

Embora a sentença determine prisão em regime fechado, a defesa de Cristina poderá solicitar a conversão da pena em prisão domiciliar, com base na idade da ex-presidente. Com 72 anos, ela se enquadra na legislação argentina que permite esse tipo de medida. A Justiça poderá autorizar que ela cumpra a pena em Buenos Aires ou Santa Cruz, onde mantém residência.

Milei comemora decisão da Justiça

O presidente Javier Milei, adversário político direto do kirchnerismo, usou as redes sociais para comentar a decisão. Em seu perfil no X (antigo Twitter), ele publicou uma mensagem curta e direta:

“Justiça. Fim.”

A frase resume o sentimento do governo em relação à condenação, que encerra um dos capítulos mais marcantes da política argentina nas últimas décadas.