Sobrevivente da queda de avião na Índia escapa milagrosamente sentado em uma das poltronas mais perigosas

Sobrevivência improvável desafia estatísticas

Estudos e especialistas em aviação concordam que os assentos mais seguros, em geral, estão localizados na parte traseira do avião. No entanto, o caso de Viswashkumar mostra que, em acidentes aéreos, cada detalhe pode fazer a diferença — e que estatísticas não garantem o destino de ninguém.

Análises apontam menor taxa de mortalidade na parte de trás

Uma análise feita pela revista TIME em 2015, com base em 35 anos de acidentes aéreos registrados pela Agência Federal de Aviação dos EUA (FAA), concluiu que a taxa de mortalidade entre passageiros sentados na traseira dos aviões era de 32%. Já os que estavam no meio tinham taxa de 39%, e os da frente, 38%. O local considerado mais seguro era o assento do meio das fileiras traseiras, com mortalidade de apenas 28%.

Teste real com avião confirma estudos

Um experimento impressionante feito em 2012 por uma equipe de televisão reforça essa conclusão. Um Boeing 727-200 foi propositalmente derrubado no deserto do México com manequins de teste a bordo. O impacto partiu o avião em seções, e os resultados foram claros: os manequins posicionados na parte traseira sofreram menos danos, enquanto os da frente tiveram lesões graves ou fatais.

Especialistas alertam: tipo de acidente muda tudo

Apesar das evidências, especialistas afirmam que a localização do assento não é o único fator determinante. Segundo o engenheiro e doutor em gerenciamento de riscos aeronáuticos, Gerardo Portela, “a parte traseira leva vantagem, mas tudo depende do tipo de colisão. Em pousos na água, por exemplo, as asas podem ser mais seguras por causa da flutuabilidade”.

Tanques de combustível tornam área das asas mais perigosa

George Rocha, instrutor de voo e piloto comercial com mais de 40 anos de experiência, explica que a posição sobre as asas pode ser crítica em caso de incêndio, já que os tanques de combustível estão localizados nessa região. “Assentos quatro fileiras à frente das asas podem reduzir o risco de exposição ao fogo, já que as chamas tendem a se propagar para trás com o movimento da aeronave”, afirma.

Assento 11A: um lugar improvável para escapar

Viswashkumar estava exatamente sobre essa zona delicada: à frente das asas. Apesar disso, ele conseguiu acionar a saída de emergência e escapar dos destroços, contrariando todas as probabilidades. Sua história vem chamando atenção de especialistas e da imprensa por destacar o papel do acaso e das variáveis envolvidas em acidentes aéreos.

Estatísticas orientam, mas não determinam

Para Rocha, embora os dados sejam úteis, eles não devem ser vistos como regra absoluta. “Oriento minhas filhas a escolherem assentos na traseira ou um pouco à frente das asas, mas sabemos que, na prática, cada acidente tem sua própria dinâmica”, completou.

Tragédia deixou cenário de destruição

Além das mais de 240 mortes, o acidente na Índia chocou o país pelas imagens fortes do local. O avião atingiu o refeitório de um alojamento de estudantes de medicina, o que ampliou ainda mais o número de vítimas fatais. Moradores da região relataram corpos e destroços espalhados por todos os lados.

*** Informações com ➡ Conteúdo G1