Cem anos do rádio no Brasil: caráter educativo marca história da mídia

VARIEDADES

Luiz Claudio Ferreira – Durante a pandemia de covid-19, um dos principais temores dos 471 professores da cidade de Benjamin Constant (AM), que tem cerca de 45 mil habitantes e um dos cem piores índices de escolarização do país (89,5%, segundo o IBGE), era que mais alunos desistissem de estudar. Por isso, os docentes puseram-se a caminhar. Batiam de porta em porta para pedir que os estudantes ligassem os seus rádios em alto e bom som. As aulas chegariam por lá. As vozes dos professores ficariam em uma sintonia de proximidade, mesmo à distância.

Outros municípios pelo país adotaram essa estratégia para chegar a casas em que o rádio faria um papel de manter as aulas mesmo naquele momento de adversidade. O que pode ser que os alunos não saibam é que o papel educativo do rádio é tão antigo quanto a própria implementação do veículo no Brasil. Desde o começo, o rádio no Brasil tem a educação como pedra fundamental.

Democratização da educação

A historiadora Maria Gabriela Bernardino explica que a Rádio Sociedade, fundada em abril de 1923 por Edgard Roquette-Pinto, tinha um cunho educativo predominante. “Não era um rádio como conhecemos as rádios de hoje. A emissora tinha aulas de disciplinas escolares e uma ideia de democratização da educação muito forte”.

Não era à toa. A chegada do rádio foi um fato novo para um país, que na época tinha mais de 80% de analfabetismo. Pelas ondas do rádio, a educação poderia chegar longe e prestar um serviço público de valor inimaginável. “Uma das frases do Roquette-Pinto era que a rádio poderia ser a escola dos que não têm escola. Nesse período, o veículo já consegue levar educação para os confins do Brasil. Em 1936, a Rádio Sociedade foi transferida para o MEC e mudou de nome”, explica Maria Gabriela Bernardino.

Diretrizes

A respeito disso, a pesquisadora Liana Milanez contextualiza que o rádio foi o grande canal de comunicação dos anos 1930. “Roquette-Pinto queria manter a premissa de servir modestamente como instrumento de educação ao povo brasileiro”. Ela explica que, nesse cenário, os sócios da Academia Brasileira de Ciências, que mantinham a rádio, deveriam cumprir os estatutos da rádio e fazer a transferência de todos os bens da emissora ao governo, o que aconteceu no dia 7 de setembro de 1936. Foi aí que a Rádio Sociedade passou a ser Rádio Ministério da Educação.

“É quando o Ministério da Educação e Saúde se transforma em Ministério da Educação e Cultura. A rádio foi doada ao Ministério da Educação, com uma condição que o Roquette impôs ao então ministro Capanema: que a Rádio Ministério da Educação deveria continuar com suas atividades exclusivamente educativas, com foco no lema que ele adotou lá na criação da emissora – ‘pela cultura dos que vivem em nossa terra, pelo progresso do Brasil'”.

Os estudiosos da rádio explicam que Roquette-Pinto doou a rádio em 1936, mas permaneceu em sua direção. “Em 1937, é criado o Serviço de Radiodifusão Educativa para operar a PRA-2, que era o prefixo da emissora. A partir da criação desse serviço, o Roquette ficou à frente por mais sete anos, mantendo a rádio exatamente como estava”, disse Liana Milanez.

Durante os vinte anos em que Roquette-Pinto esteve à frente da rádio, estima-se que tenham sido transmitidos 71 programas educativos e culturais. O empresário passou a direção da emissora em 1943 para Fernando Tude de Souza, que discursaria mais tarde: “o lema de 1923 ainda é o lema de 1948. Desde 11 de maio que dirijo a Rádio Ministério da Educação, sucessora da Rádio Sociedade do Rio de Janeiro, e tudo tenho feito para não me afastar das normas traçadas pelo grande brasileiro Roquette-Pinto e seus companheiros de jornada em 1923″.

Os estudiosos da rádio explicam que Roquette-Pinto doou a rádio em 1936, mas permaneceu em sua direção. “Em 1937, é criado o Serviço de Radiodifusão Educativa para operar a PRA-2, que era o prefixo da emissora. A partir da criação desse serviço, o Roquette ficou à frente por mais sete anos, mantendo a rádio exatamente como estava”, disse Liana Milanez.

Durante os vinte anos em que Roquette-Pinto esteve à frente da rádio, estima-se que tenham sido transmitidos 71 programas educativos e culturais. O empresário passou a direção da emissora em 1943 para Fernando Tude de Souza, que discursaria mais tarde: “o lema de 1923 ainda é o lema de 1948. Desde 11 de maio que dirijo a Rádio Ministério da Educação, sucessora da Rádio Sociedade do Rio de Janeiro, e tudo tenho feito para não me afastar das normas traçadas pelo grande brasileiro Roquette-Pinto e seus companheiros de jornada em 1923″.

Educação no ar

A partir da década de 1940, o programa Colégio no ar foi sucesso de audiência, com aulas de português, inglês, espanhol, francês, italiano, história do Brasil, geografia e ciências naturais. “Por exemplo, em 1954, foram matriculados 6,5 mil alunos, que eram também atendidos pelos Correios, por onde recebiam o material. E esse programa, o Colégio no ar, era diário e era apresentado às 7h e às 20h. Então os alunos se acomodavam conforme as suas necessidades. Foi um programa muito importante na história da Rádio MEC”, relembra Liana Milanez.

O historiador Thiago Gomide, presidente da Rádio Roquette-Pinto, aponta que a ideia de rádio escola não nasceu no Brasil e foi inspirada em experiências de outros países. “Mas Roquette-Pinto e outros pensadores levantaram a importância desse veículo ser utilizado na educação – não para substituir as salas de aula, mas funcionando como um pólo de apoio aos professores”, esclarece.

Neste contexto, em 1934 surge uma emissora de rádio criada para servir às escolas, com professores ao microfone e um sistema de envio de cartas. Era a Rádio Escola Municipal do Distrito Federal, fundada por Edgar Roquette-Pinto e Anísio Teixeira. No final da década de 1940, a emissora passou a se chamar Rádio Roquette-Pinto.

Sucesso de audiência

A também pesquisadora Marlene Blois relembra outra iniciativa que fez sucesso em 1941 na Rádio Nacional: a Universidade no ar. “A proposta era focar nos professores do ensino secundário, que era um grande problema na educação brasileira. O programa chegou a quase cinco mil radioalunos no primeiro ano”. Outro marco foi a proposta dos cursos básicos de educação do Sistema do Rádio Educativo Nacional (SIREN), capitaneados pelo Ministério da Educação, que funcionou de 1957 a 1963. “Um ano depois de criação do SIREN, já eram 11 emissoras irradiando seus cursos. Em 1961, já eram 47 emissoras. A ideia aí era um rádio que se abria à discussão de um rádio formador de um cidadão mais crítico e participativo”, diz Marlene Blois.

Na década de 1970, o governo criou o Projeto Minerva para utilização da rádio em prol da educação de adultos no país. Segundo divulgou o governo, o projeto teria beneficiado, na primeira fase, pelo menos 175 mil alunos ouvintes, em 19 estados. Ainda de acordo com o levantamento, na segunda fase do projeto, foram produzidos 560 programas-aula. Calcula-se que foram beneficiados 370.381 alunos, em ao menos 3.813 municípios (os números constam no livro Rádio MEC: herança de um sonho, de Liana Milanez).

O Minerva possibilitava, por exemplo, que os alunos que saíam do Mobral (sigla de Movimento Brasileiro de Alfabetização, iniciativa criada nos anos 1970 para alfabetizar a população urbana iletrada de 15 a 35 anos) pudessem continuar os estudos no primeiro e segundo grau da época (ensino fundamental e médio) via transmissão obrigatória de 30 minutos diários por todas as emissoras e uma hora e quinze aos fins de semana. Marlene Blois detalha como as aulas funcionavam: “A cabeça de rede era a Rádio MEC. O aluno que perdesse a transmissão pelo rádio podia recuperar na discussão com os colegas. Essa pedagogia foi criada pela equipe do Projeto Minerva da Rádio MEC”.

Em um dia, a programação, por exemplo, reunia ensinamentos de português e história (15 minutos por aula). No outro dia, os alunos ouviam os professores de matemática e ciências. Os alunos recebiam os fascículos impressos gratuitamente, pelos Correios, e podiam acompanhar as aulas também em lugares chamados de radiopostos, onde havia um monitor e um aparelho de rádio.

O projeto foi divulgado em todo o país com chamadas pela rádio. O jingle convidava os alunos a participarem: “Eu quero saber mais. Preciso saber mais. Minerva está no ar (…) Depois que a gente estuda, a coisa toda muda e o Minerva está aí para mudar. O Serviço de Radiodifusão Educativa do MEC apresenta: Projeto Minerva: educação para todos”.

As aulas tinham linguagem popular e efeitos sonoros (ouça um trecho de uma radioaula abaixo): “Quantas vezes, numa noite estrelada, nós paramos para olhar o céu e nos perguntamos romanticamente: ‘que mistérios haverá por trás daqueles pontinhos brilhantes?'”.

Entre 1973 e 1974, o projeto Saci fez com que dois mil professores leigos fossem treinados e 16 mil alunos de escolas de primeiro grau recebessem esses programas de ensino. A rádio, como chega aos diferentes rincões do país, também foi utilizada, na década de 1980, para o projeto Seringueiro, realizado no Acre, inspirado na filosofia de Paulo Freire. “Foi um projeto piloto, que teve uma didática completamente diferente. Foram professores da Rádio MEC para o Acre. Foi feita uma pesquisa de vocabulário, conversamos com os seringueiros sobre o que queriam em termos de rádio educativo. Os seringueiros foram realfabetizados”, afirma Marlene Blois.

Toda essa trajetória fez com que a educação passasse a inspirar as emissoras públicas e comerciais. “Como as primeiras rádios tinham esse caráter educativo, muitas se chamaram rádios educadoras. Depois, rádios educativas”, afirma a professora Magaly Prado. Essa função de educar o país, inspirada nos ideais de Roquette Pinto sobrevivem fortes, como assinalam os pesquisadores, para integrar o país e até atravessar uma pandemia. Que o digam os alunos de Benjamin Constant, na fronteira amazônica, e de tantos lugares por onde essas ondas chegam.
Série de reportagens

Em comemoração aos cem anos do rádio no Brasil, completados em 7 de setembro de 2022, a Agência Brasil publica uma série de dez reportagens sobre as principais curiosidades históricas do rádio brasileiro.

O centenário do rádio no país também será celebrado com ações multiplataforma em outros veículos da EBC, como a Radioagência Nacional e a Rádio MEC que transmitirá, diariamente, interprogramas com entrevistas e pesquisas de acervo para abordar diversos aspectos históricos relacionados ao veículo. A ideia é resgatar personalidades, programas e emissoras marcantes presentes na memória afetiva dos ouvintes.

O padre brasileiro que inventou o rádio

“Toquem o Hino Nacional!” Essas foram as primeiras palavras que o padre brasileiro Roberto Landell de Moura (1861-1928) disse na inédita demonstração pública de transmissão de rádio, em 16 de julho de 1899. A revelação é do escritor Hamilton Almeida biógrafo do inventor do rádio, graças a uma obstinada pesquisa em jornais da época. O escritor dedica-se a desvendar há 45 anos a vida daquele brasileiro injustiçado pela história e que ainda pouca gente conhece.

Todos os detalhes sobre esse evento histórico, de caráter mundial, ainda muito pouco reconhecido e que tem mais elementos de brasilidade do que poderia se supor, estarão nas páginas do livro sobre o ousado padre, e que deve chegar às livrarias ainda neste mês de junho. Padre Landell: o brasileiro que inventou o wireless (editora Insular) é a quinta obra de Almeida sobre o inventor. O evento ocorreu 23 anos antes da primeira transmissão oficial de rádio no Brasil, em 7 de Setembro de 1922. A 100 dias do centenário da rádio, conhecer de onde vieram as primeiras ondas que se espalharam no ar ajuda a entender, neste século 21, a dimensão do feito pioneiro dessa tecnologia.

Aventura em São Paulo

Naquele final de século 19, o público ficou boquiaberto com as palavras e com o hino. Não havia dúvida de que aquele 16 de julho de 1899 simbolizava a genialidade humana. Houve até quem chamasse de bruxaria. Mas era um padre que fazia a transmissão de áudio entre o Colégio Santana, de onde ele era pároco, na zona norte de São Paulo, até a Ponte das Bandeiras, a cerca de quatro quilômetros de distância. Aquela data, de primeira demonstração pública de transmissão radiofônica, que vai completar 123 anos.

Hamilton Almeida buscou rastros e desvendou lacunas da vida do inventor pelo Brasil e em outros países. Quando fazia faculdade de jornalismo, ouviu de um professor chileno (Julio Zapata) que um padre brasileiro era o verdadeiro inventor do rádio e não o físico italiano Guglielmo Marconi, que criou o telégrafo.

“Vi que a história do brasileiro estava incompleta e que ele era vítima de uma injustiça. Eu fui juntando as peças. Busquei centenas de pessoas que trabalharam e conviveram com ele, além dos documentos espalhados por muitos lugares”, afirma o biógrafo.

Duas experiências públicas de Landell de Moura em São Paulo foram documentadas. A segunda experiência, no ano seguinte da primeira, foi publicada em apenas um veículo, o Jornal do Comércio, do Rio de Janeiro.

O primeiro livro publicado por Hamilton saiu nos anos 1980 em Porto Alegre, terra do Padre Landell. Em 2004, o autor publicou obra na Alemanha. Na obra mais recente, o autor resolveu desvendar detalhes sobre o dia da transmissão de rádio e também sobre a busca do padre por patentear as descobertas. “Quando ele colocou a voz em em uma onda de rádio, ele abriu a porta para as comunicações sem fio. E isso é legado para os nossos dias, como o telefone celular. Ele fez descobertas que acabaram gerando uma série de outras descobertas desde então.

Landell, segundo explica o biógrafo, patenteou o rádio no Brasil e nos Estados Unidos. “Eu consegui aprofundar uma série de aspectos nessa nova pesquisa. Tem uma informação também que eu considero muito importante é que a invenção dele nos Estados Unidos foi reconhecida por outros inventores. Consegui encontrar provas disso (e estão no livro)”.

O escritor explica que Landell queria continuar pesquisando. Por isso, ele buscou correr para patentear a descoberta. Ele não tinha recursos da igreja ou público para isso. “Ele solicitou recurso, mas ninguém deu apoio nenhum. Nunca ganhou nenhum dinheiro. Apenas perdeu, na verdade. Ele saiu dos Estados Unidos endividado porque foi para lá com a intenção de ficar um ano (em 1901). Mas acabou ficando três anos e meio”. Para o invento, ele conseguiu dinheiro emprestado com um comerciante de Nova Iorque e ficou devendo uma pequena fortuna que só conseguiu pagar anos depois. A dívida era de US$ 4 mil. “Seria o equivalente a hoje uns R$ 600 mil”.

Ciência e fé

Diferentemente de outros inventores contemporâneos de Landell, como Alberto Santos Dumont, que tinha seus próprios recursos, o padre vivia com o pires na mão. “Ninguém deu atenção realmente para o que ele fazia. Além disso, padre cientista não era bem visto dentro da igreja nem fora dela”.

Era um momento histórico também de início da república no Brasil e também com a conquista do estado laico. Ciência para um lado, fé para o outro. Mas não era nisso que Landell acreditava. Ele achava que os dois campos poderiam conviver e interagir. “O padre estava um pé em cada lado. Mas tem declarações dele que ele achava que religião e ciência eram compatíveis”.
Curioso desde antes de padre

Landell, quando tinha 16 anos de idade, antes de ser padre, criou uma espécie de telefone. O menino era curioso e gostava de ler sobre tudo, de telecomunicações à astronomia. “Ele examinava animais mortos e tinha um interesse variado, em biologia, física, astronomia…Ao mesmo tempo, ele tinha uma vocação religiosa também por influência da família”.

Tanto que quando Landell foi para Roma ajudar no seminário, ele também buscou estudar física e química na Universidade Gregoriana. Foram duas formações ao mesmo tempo. “Brigavam com ele também por causa dessa situação de ser padre e cientista. Quando ele inventou o rádio, pediu licença para voltar ao Brasil e ir aos Estados Unidos”.

Empreendedor – Seis jornais deram destaque ao invento com a experiência de 1899. Três veículos em São Paulo e outros três no Rio de Janeiro. “Era uma novidade, mas não foi o suficiente para traduzir em patrocínio que é o que ele precisava. Ele investiu nisso, mas infelizmente não teve resultado para continuar pesquisando. Acabou ficando marginalizado assim na história”, afirma.

“Quando ele veio da Itália para o Brasil, ele tinha uma ideia de que era possível fazer comunicação pelo ar. Naquele momento só existia o telégrafo”. Almeida explica que o inventor demorou mais de 10 anos para desenvolver o equipamento. Landell voltou ao Brasil em 1886. Os registros mostram que em 1893, apesar dos pedidos para a igreja, ele não conseguiu recursos. Em 1895, o italiano Marconi apresentou o telégrafo. “Mas a diferença fundamental é que Landell conseguiu transmitir a voz”.

Em 1899, ele convidou empresários em São Paulo para apresentar a novidade, da capela de Santa Cruz, mais precisamente do Colégio Santana, ele conseguiu transmitir os sons até a Ponte das Bandeiras, sobre o Rio Tietê. “Depois ele fez a mesma experiência em direção à Avenida Paulista. Ele teve a presença do cônsul britânico que assistiu à demonstração”.

Gênio esquecido

O biógrafo lamenta que até hoje Landelll de Moura não tem a fama que poderia ter, inclusive internacionalmente. Também por isso, o biógrafo entende, que diante dessa injustiça, passou a se dedicar a perseguir os rastros da fantástica história do padre. Para o novo livro, foi aos Estados Unidos e pesquisou também na Itália atrás das pistas. “Cheguei a contratar uma pesquisadora na biblioteca de Nova Iorque para me ajudar. Assim foi se juntando esse quebra-cabeça. Às vezes, nos livros da igreja ele não escrevia nada”.

Por isso, conversar com testemunhas fez as peças se juntarem. Como todas já faleceram, os livros tentarão fazer justiça ao inventor. “Para os fiéis da igreja não era algo simpático porque ele fugia do tradicional de ficar lá só dentro da igreja. Mas ele tinha essa capacidade intelectual de criar”. Mas voz pelo ar parecia coisa do demônio, apontavam aqueles que davam de ombros para a ciência.

Nos Estados Unidos, ele buscou patentear o rádio, o rádio por ondas de luz e um telégrafo. “Mas ele não ficou lá para comercializar. Ele quis voltar, mas ficou endividado. Infelizmente, no caso dele, o obscurantismo venceu. Caso tivesse vingado a história do padre brasileiro, o Brasil poderia estar na vanguarda da industrialização do aparelho”.

Depois do rádio, ele começou a estudar outros temas fora das telecomunicações e da religião, incluindo psicologia e outras ciências. Mas ele continuava sendo admoestado pelo bispo. Padre Landell morreu em 1928, vítima da tuberculose, aos 67 anos. “Ele fumava. Não se agasalhava naquele frio de Porto Alegre. Ele dizia que dava a roupa para os pobres. Ele estava muito triste mesmo”. A vacina da tuberculose havia sido descoberta naquela década, mas não a tempo de salvar o homem que se dedicou a Deus e à ciência ao mesmo tempo

Série de reportagens

Em comemoração aos cem anos do rádio no Brasil, completados em 7 de setembro de 2022, a Agência Brasil publica uma série de 10 reportagens sobre as principais curiosidades históricas do rádio brasileiro.

O centenário do rádio no país também será celebrado com ações multiplataforma em outros veículos da EBC, como a Radioagência e a Rádio MEC que transmitirá, diariamente, interprogramas com entrevistas e pesquisas de acervo para abordar diversos aspectos históricos relacionados ao veículo. A ideia é resgatar personalidades, programas e emissoras marcantes presentes na memória afetiva dos ouvintes.

*** Informações com ➡ Jornal do Brasil
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