Jair Bolsonaro (PL) levantou mais um sigilo na tentativa de barrar processos contra ele. Desta vez, o segredo foi imposto pelo Ministério de Minas e Energia ao celular usado por Roberto Castello Branco quando o economista presidiu a Petrobras.
O sigilo foi decretado quando a deputada Natália Bonavides (PT-RN) e o deputado Elias Vaz (PSB-GO) pediram acesso ao conteúdo das mensagens do celular. O requerimento aconteceu após Castello Branco afirmar em um grupo de WhatsApp que manteve conversas com Bolsonaro que poderiam incriminar o chefe do Executivo.
“No meu celular corporativo tinha mensagens e áudios que poderiam incriminá-lo [Bolsonaro]. Fiz questão de devolver intacto para a Petrobras”, disse o ex-presidente da Petrobras.
Diante desse fato, os dois parlamentares entraram com pedido de requerimento junto ao Ministério de Minas e Energia, comando pelo neoliberal Adolfo Saschida, ferrenho defensor do presidente, que foi alçado ao cargo com a promessa de privatizar a Petrobras.
Elias Vaz pediu cópia da investigação conduzida pela pasta sobre o caso, além dos arquivos preservados no aparelho. Bonavides indaga quais procedimentos estão sendo conduzidos sobre a declaração de Castello Branco, se foram encontrados indícios de irregularidades e, em caso positivo, qual o motivo de não ter sido comunicado às autoridades.
Aos dois parlamentares, o Ministério informa que as informações sobre o caso são sigilosas e confidenciais, segundo o jornal O Globo.
Ao jornal, Castello Branco disse que prestou depoimento na Procuradoria-Geral da República (PGR) afirmou que “não houve nada mais do que tentativas de interferência nos preços de combustíveis e pedidos de nomeação de diretores por parte do presidente”, mostrando a clara tentativa de Bolsonaro de interferir na gestão da empresa para baixar o preço dos combustíveis, o que conseguiu após trocar o ministro de Minas e Energia e o presidente da estatal – hoje comandada por Caio Mário Paes de Andrade.
“Não obedeci a nenhum pedido. Tanto é que fui demitido. Levei esses assuntos imediatamente ao conhecimento de meus superiores. Não houve nada além disso. A palavra “incriminar” foi usada em meio à uma discussão privada, num momento de irritação com meu interlocutor”, alega Castello Branco.
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