O diretor da Polícia Rodoviária Federal (PRF) anunciado nesta terça-feira (20/12/2022) pelo futuro ministro da Justiça Flávio Dino, para atuar no governo do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Edmar Camata, é um ferrenho defensor da Operação Lava Jato, o conluio judicial encabeçado pelo ex-juiz Sergio Moro, agora senador eleito, cujo acusador mais proeminente foi o ex-procurador federal Deltan Dallagnol, que também conquistou um mandato nas eleições deste, mas para a Câmara dos Deputados. Um dos casos de lawfare mais emblemáticos do mundo, a Lava Jato resultou, em seu ápice, na condenação sem provas de Lula, que ficou no cárcere, em Curitiba (PR), por 580 dias, entre 2018 e 2019, de onde só saiu porque o Supremo Tribunal Federal (STF) reconheceu todas as irregularidades nos processos em que foi acusado, classificando o magistrado que o sentenciou como parcial, incompetente e suspeito.
“Até agora, já foram condenadas 188 pessoas na Operação Lava-Jato. Se as penas fossem somadas, dariam 1861 anos e 20 dias. Não podemos deixar a maior operação anticorrupção do país parar, você concorda? Vote num candidato que garanta a continuidade de pacotes anticorrupção. Vote Edmar Camata”, diz uma publicação de 4 de outubro de 2018, época em que o PRF foi candidato a deputado federal pelo estado do Espírito Santo.
“Nessa sexta, tive o privilégio de ser o portador de uma justa homenagem à Operação Lava-Jato. Auditório lotado, tive 5 minutos que certamente milhões de brasileiros gostariam de ter, e espero ter honrado. À frente, o Coordenador da força-tarefa, Deltan Dallagnol. Pude falar do orgulho e confiança que a ampla maioria dos brasileiros tem na atuação desses profissionais, que de maneira inovadora se impõem contra a corrupção”, escreveu Camata sobre uma cerimônia em que esteve na presença do procurador que acusou Lula, numa publicação de 8 de julho de 2017.
“Dia com boas agendas em Brasília e projetos importantes para integração do Estado a sistemas e projetos do Governo Federal. Na pauta, desburocratização, segurança e eficiência do Estado. Encontrei o Ministro Sergio Moro e visitei o Ministério da Economia, de onde sairão parcerias importantes”, destacou o futuro diretor da PRF, em post de 20 de março de 2019.
Lula alvo de implacável perseguição judicial
Com o encerramento, por falta de provas, de um processo que corria na 5ª Vara Criminal Federal de São Paulo contra seus filhos, em outubro de 2021, o ex-presidente Lula somou 22 vitórias na Justiça contra a avalanche de acusações surgidas no auge da Operação Lava Jato, que se configurou como um dos mais notáveis casos de lawfare de que se tem notícia no mundo até hoje (perseguição judicial implacável e desproporcional utilizada como “arma de guerra” contra um inimigo) e lhe rendeu 580 dias atrás das grades.
As sucessivas vitórias judiciais mostraram a verdadeira operação de guerra montada por grupos do Ministério Público Federal (MPF) e da Justiça Federal, com colaboração de setores da mídia corporativa, para aniquilar Lula como elemento político e alijá-lo dos direitos eleitorais, impedindo-o de qualquer tentativa de voltar a ocupar um cargo público no país.
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