Ator cearense estreia na novela das nove da Globo, Terra e Paixão

ENTRETENIMENTO

Mais um cearense integra o elenco de ‘Terra e Paixão’, que já conta com Suyane Moreira no núcleo fixo. O jornalista e ator Danilo Castro faz participação no episódio 54 da trama de Walcyr Carrasco, previsto para ir ao ar na próxima terça-feira (11).

Na novela, Danilo interpreta um vistoriador que vai averiguar uma queimada na fazenda de Aline (Bárbara Reis). A suspeita é que tenha sido um crime, já que há indícios de material inflamável. Além de Aline, na cena estão Marino (Leandro Lima), Jonatas (Paulo Lessa) e Rodrigo (Maicon Rodrigues).

O ator conta que o processo aconteceu de forma rápida, a partir de um convite de um dos diretores de elenco da emissora, Fábio Zambroni. “Ele viu meu material e meu trabalho na série Jenipapo, Fronteira da Independência, financiada pela Agência Nacional de Cinema (Ancine) e que está sendo negociada para o streaming”.

“Como é uma participação, não houve um processo mais intenso de preparação. Foi tudo muito rápido, veio o convite, poucos dias depois recebi o roteiro e já fui gravar”, detalha Danilo.

NACIONALIZAR A CARREIRA 

Danilo começou a atuar aos 14 anos, no grupo de teatro da Igreja Senhor do Bonfim, no bairro Monte Castelo. A participação em uma novela é encarada por ele como oportunidade para expandir seu trabalho, além de uma experiência rica pelo contato com diversos profissionais envolvidos na produção global.

“É um lugar que muitos atores e atrizes buscam por conta da importância que esse status pode dar para carreira de tanta gente que batalha muito no campo das artes da cena. Então, eu vejo tudo isso com gratidão, mas também como mais um passo de uma jornada árdua que se iniciou aos meus 14 anos”.  

DANILO CASTRO
ator

Danilo destaca ainda a importância da diversidade que a emissora tem colocado em cena com artistas negros, indígenas, com deficiência, LGBTQIA+, um espaço que, segundo o ator, foi negado por muito tempo.

“Em bastidores, tive uma conversa maravilhosa com o ator Flávio Bauraqui e, vê-lo junto de Bárbara Reis, Paulo Lessa e Maicon Rodrigues, outros atores negros em lugar de destaque, foi fundamental para que eu pudesse reconhecer aquele espaço como um espaço que também é meu e que quero poder ter a oportunidade de habitar mais vezes”, acrescenta.

VOCAÇÃO PARA DRAMATURGIA 

Danilo iniciou nos palcos ainda na adolescência, em um curso de teatro com o diretor cearense Walden Luiz. Aos 15 anos, gravou o primeiro comercial e, aos 17, entrou na faculdade de Artes Cênicas no Instituto Federal do Ceará (IFCE). Desde então, vem colecionando participações e atuações em produções nacionais e internacionais.

Viveu Eliseu na novela portuguesa Morangos com Açúcar 6 (2009), da TVI, emissora portuguesa; interpretou o vilão Patrício na série Jenipapo, a Fronteira da Independência (2021), financiada pela Ancine. Na televisão, sua última participação foi na série Cine Holliúdy (2019) de Halder Gomes e Patrícia Pedrosa, na TV Globo. Em 2021, escreveu, dirigiu e atuou no minidoc África 24% (2021).

Uma das últimas atuações foi no longa Réquiem para Dona Benta, de Péterson Paim, cineasta brasiliense. O filme deve ser lançado no próximo ano. “Gravamos nas matas de Goiás cenas intensas, com maquiagem protética, um personagem macabro, em que busquei referências no arquétipo da Pomba Gira para composição da partitura física e vocal”, diz.

Mas não são só as produções para TV que fazem parte da lista de trabalhos dele. A vocação para a dramaturgia também segue nos palcos do teatro. Em 2011, assinou o texto, direção e atuou em projetos como o biodramático Achados & Perdidos (2011), Revoar (2010) e ‘Uma rapadura, três atores e uma história’ (2008).

TEATRO OU TV? 

“Sempre achei que ator é ator em todo lugar. Pra mim, as linguagens diferem, mas minha entrega é a mesma. Eu costumo refinar ao máximo minhas ações para transmitir intenções por meio do meu corpo, dos movimentos. Na interpretação, a gente chama de “ação física”. Seja no teatro ou no audiovisual, é algo que sempre pratico”, afirma Danilo sobre as diferenças entre as linguagens.

O ator completa que, nos palcos, há um jogo de presença e ritual entre quem assiste e quem está em cena. Já na TV, há uma pressa com um registro eterno, que não é possível mudar na próxima apresentação como se faz ao vivo.

“Na TV, não há lógica de ritual, é um espaço mais técnico, mais fragmentado e mais frio. É preciso uma concentração extrema, temos que lidar com muita repetição e ativar as emoções inúmeras para os diferentes takes do dia. Estar em cena, no palco ou no audiovisual, é dar a cara a tapa para o julgamento do outro. É sempre um desafio, força, às vezes frio na barriga, às vezes prazer”, finaliza.

*** Informações com ➡ G1

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