Por Lucas Barbosa (O Povo)
Um homem foi preso após efetuar diversos golpes de faca na própria companheira e gravar as lesões na manhã do último domingo, 31 de dezembro de 2023, no bairro Vila Velha, em Fortaleza. Ele praticou o crime 48 horas depois de ser preso, justamente, por ter agredido a mulher.
Conforme o Auto de Prisão em Flagrante (APF), o homem havia sido autuado na Lei Maria da Penha na sexta-feira, 29, e foi submetido a audiência de custódia no sábado, 30. Na ocasião, foi determinado que ele deveria ser monitorado por tornozeleira eletrônica e não poderia aproximar-se novamente da vítima.
Ele, porém, descumpriu a medida e foi até a casa da vítima, onde passou a cortá-la com uma faca, sobretudo, na região das pernas. Exame de corpo de delito constatou que a mulher correu risco de morte com as agressões.No vídeo que gravou, o criminoso xinga a mulher e a ameaça de morte. É possível ver a vítima chorando em um sofá, com várias lesões nas pernas e há uma poça de sangue no chão. Ele corta também durante a gravação, mesmo com ela implorando para que pare.
(..) “Cala a boca, senão, eu te mato agora”, diz ele em um determinado momento em que os suplícios da vítima são mais altos. “Uma arrombada dessa pensa que é o quê”, diz ele em outro trecho da gravação. Pela violência das imagens, O POVO opta por não reproduzir o vídeo.
O homem foi preso por volta das 11 horas do domingo, 31, ainda em estado de flagrante e foi autuado por tentativa de feminicídio e descumprimento de medida protetiva de urgência. Submetido, novamente, a audiência de custódia, desta vez, ele teve a prisão preventiva decretada.
Além de violência contra mulher, ele já tinha passagens na Polícia por acusações como ameaça e estupro. O POVO opta por não divulgar o nome do autor do crime para não permitir a identificação da vítima.
Violência contra a mulher em 2023
Somente até novembro, 2023 registrou 22.068 vítimas de violência registrada na Lei Maria da Penha, o que dá uma média de 66,2 casos por dia, conforme dados da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS).
Além disso, como O POVO mostrou no último sábado, 30, no ano passado, 42 casos de mulheres assassinadas foram identificadas pela SSPDS como feminicídio. Foi o maior número registrado desde que a pasta passou a computar o dado, em 2018.
*** Informações com ➡ O Povo
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