BBB 24: Como Rodriguinho prejudica Yasmin com piadas sobre compulsão?

Com pouco mais de uma semana de BBB 24, Rodriguinho tem sido criticado por fazer piadas sobre a alimentação de Yasmin Brunet no reality da Globo. Após a modelo confessar que sofre com episódios de compulsão, o músico passou a falar insistentemente sobre o “prejuízo” que ela pode causar por “comer demais”.

Ao Notícias da TV, a nutróloga Ana Luisa Vilela alerta que as falas do pagodeiro são muito comuns do lado de fora do confinamento. Segundo ela, para ajudar uma pessoa que tem compulsão, é necessário ter empatia e respeito –atitudes que, aparentemente, Rodriguinho desconhece.

(..) “A compulsão alimentar é o ato de comer mais em quantidades exageradas, em momentos anormais. Um dos critérios de diagnóstico é acordar à noite para comer. Tem pessoas que tomam laxantes, que fazem coisas para compensar, enquanto outras ficam tristes quando entendem que não precisam daquilo tudo de comida”, exemplifica.

No caso da Yasmin, ela é uma pessoa magra e que depende do corpo para viver. Geralmente, a gente vê compulsão de pessoas que têm um peso maior, que são pessoas com a autoestima baixa. Mas, quanto mais a gente cobra e fala sobre o assunto, mais joga na cara da pessoa a incompetência no tratamento e traz à tona a dificuldade que ela tem [para lidar com a situação].
A especialista reforça que o diagnóstico de compulsão deve ser tratado por profissionais capacitados. Opiniões de amigos, colegas ou familiares nem sempre são bem-vindas, já que a forma de falar também pode causar constrangimento e até desestimular quem precisa de ajuda.

(..) “O tratamento da compulsão varia muito: a gente pode entrar com terapias, medicamentos ou tratamento para obesidade. Vai de entender o paciente e as necessidades dele. A compulsão alimentar é uma doença que judia muito, ela trabalha as nossas incompetências. Quem sofre com isso sabe que não pode comer tanto, sabe que não precisa de tanto, só que não consegue”.

A comida dá uma prazer muito fugaz e uma culpa muito grande. São pacientes sofridos, que precisam de carinho e atenção. É muito difícil sair de uma compulsão alimentar só com terapia; é possível, mas é difícil porque lidamos com núcleos de prazer e recompensa. Entendendo isso, a gente pode traçar bem o tratamento. Em casos graves, a compulsão pode virar anorexia, bulimia, pode ser o primeiro passo para doenças severas.
(..) “Temos que apoiar essas pessoas. Por isso, a compulsão precisa ser tratada por profissionais que entendem sobre isso, e o tratamento tem que assertivo porque gera muita insatisfação e insegurança quando mal feito”, acrescenta.

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