A Polícia Civil continua com as investigações sobre a morte da menina de 3 anos que foi encontrada enterrada em Indaial, no Vale do Itajaí. A mãe e o padrasto dela estão presos temporariamente suspeitos do crime.
Confira abaixo o que se sabe e o que falta saber sobre o caso.
- Como a investigação começou?
- Inicialmente, o que a polícia encontrou?
- O que a mãe e o padrasto disseram à polícia?
- Como a investigação descobriu que a menina havia sido morta?
- O que os vizinhos relataram à polícia?
- Foi encontrado algum vestígio de agressão na casa da família?
- Quem morava na casa?
- Quando a criança foi morta?
- Qual a causa da morte da criança?
- O que dizem os suspeitos sobre a motivação para as agressões?
- Onde foi encontrado o corpo da menina?
- Por quais crimes mãe e padrasto são investigados?
- O que diz a defesa dos suspeitos?
- Havia alguma suspeita anterior em relação à mãe e ao padrasto?
- O irmão da menina também era agredido?
Como a investigação começou?
A Polícia Militar esteve na casa e não encontrou a menina. Também foram feitas buscas nas imediações do imóvel, inclusive com cão, mas sem sucesso.
Os dois relataram à polícia que a menina havia sido sequestrada, inclusive concedendo entrevistas na imprensa e solicitando ajuda na internet para as buscas.
Eles chegaram a chamar um carro de aplicativo durante a tarde de segunda para que o veículo aparecesse na rua e os vizinhos vissem. Isso, para a dupla, sustentaria a tese de sequestro.
Os vizinhos relataram que, ao longo daquela tarde, o casal foi nas casas perguntando se alguém tinha visto a pequena, para tentar simular uma preocupação.
Durante os depoimentos de mais de 12 pessoas, entre familiares e vizinhos, a polícia identificou contradições nas versões.
“Muitas controvérsias. Percebemos que tinha uma narrativa, uma versão criada, uma versão que, pela nossa experiência, seria uma versão que eles teriam já construído, criado essa narrativa e, consequentemente, trouxeram para a delegacia”, disse o delegado Filipe Martins, responsável pela investigação.
Após confessar o crime, o padrasto indicou à polícia o local onde estava o corpo da menina. A mãe também confessou que a filha foi morta, conforme a polícia.
Os investigadores também conseguiram imagens de câmera que mostraram mãe e padrasto abandonando a mala usada para transportar o corpo da menina
Ao ouvir os relatos de vizinhos, veio a informação de que, na manhã de segunda (4), houve uma briga na residência.
De imediato, a situação levantou suspeita. Um homem que se apresentou como missionário de igreja e mora com a família há duas semanas disse ter ouvido os choros da criança, mas afirmou não ter visto o que ocorreu de fato. A polícia, em princípio, descarta o envolvimento dele no crime.
Na casa da mãe e do padrasto foram encontrados vestígios de sangue. Peritos verificaram, a partir da aplicação do reagente luminol, presença de sangue em diversos cômodos onde houve tentativa de ocultação do fluído. Exames vão verificar se o material era da menina.
Moravam na casa a mãe, o padrasto, a menina, um irmão dela e um missionário de igreja. A Polícia Civil não divulgou a idade do irmão.
A menina foi assassinada na própria segunda-feira (4), de acordo com o delegado.
De acordo com Martins, os elementos analisados pela investigação até o momento levam a crer que mãe e padrasto agrediram a criança até a morte.
O laudo do exame do corpo indicará como a menina foi morta.
O delegado-geral de Polícia Civil de Santa Catarina, Ulisses Gabriel, escreveu que ela “morreu de tanto apanhar”.
O padrasto confessou ter iniciado o ataque “porque queria corrigir a criança”.
“Ele narra que os dois agrediram a criança e, em determinado momento, ela [a menina] ficou sozinha com a genitora no quarto. Depois, ele volta para o quarto e [eles] a veem morta. Eles entram em desespero e tomam a decisão, em comum acordo, de se livrar do corpo”, relatou o delegado.
Conforme o investigador, o corpo da vítima foi enterrado em uma área de mata fechada, às margens das BR-470, em uma cova cavada pelo próprio padrasto.
Eles são investigados pelos crimes de homicídio e ocultação de cadáver.
O g1 não conseguiu contato com a defesa dos suspeitos.
A mãe e o padrasto já tinham sido denunciados por maus-tratos e eram investigados pelo Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) antes do assassinato, informou o órgão nesta quinta-feira (7).
O procedimento, segundo o MP, foi instaurado em dezembro a partir de um relatório enviado pelo Conselho Tutelar. As denúncias que originaram a atuação da rede eram anônimas.
Segundo o Ministério Público, o procedimento buscava reunir elementos mais concretos a respeito do contexto da família, em especial às suspeitas de maus-tratos, em parceria com o Conselho Tutelar e outros órgãos da rede de proteção, como o Centro de Referência de Assistência Social (Creas).
Os suspeitos, no entanto, segundo nota do MPSC, “vinham dificultando a apuração e o acompanhamento dos órgãos de proteção, chegaram até a mudar de endereço”.
Em entrevista coletiva nesta quinta-feira, o promotor Djônata Winte informou que o MP teve dificuldades para comprovar os crimes durante a apuração.
“Tivemos alguns problemas pela atitude do casal. Houve resistência de aderir às recomendações do Conselho Tutelar. A própria mudança de residência, que foi recente, há duas semanas, impossibilitou o contato da rede”, informou.
A Polícia Civil e o MPSC não esclareceram se os maus-tratos ocorriam contra os dois ou só com a menina.
Após o assassinato, o Ministério Público pediu medida protetiva ao irmão dela, e a solicitação foi aceita na noite de quarta (6).
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*** Informações com ➡ G1
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