O general Carlos Alberto dos Santos Cruz, ex-ministro de primeira ordem do governo Jair Bolsonaro (PL), disparou contra o antigo aliado em entrevista à revista IstoÉ desta sexta-feira 28. Em meio as respostas, chamou o ex-capitão de ‘criminoso’, ‘covarde’, ‘canalha’, ‘traidor’ e o acusou de ‘destruir a direita e o conservadorismo’ no Brasil. O militar é um dos novos filiados ao Podemos e pretende, apoiando Sergio Moro, conquistar uma cadeira no Congresso.
“Bolsonaro sempre foi covarde. É uma característica dele. Um momento em que isso ficou perceptível foi no Sete de Setembro, quando o presidente fez um chamamento popular, uma bravata absurda na Avenida Paulista. Pouco tempo depois, chamou outra pessoa para escrever meia página para se desculpar”, destacou em uma das muitas respostas sobre o antigo aliado.
Ao ser questionado sobre o recente episódio em que Bolsonaro ameaçou expor dados de técnicos da Anvisa que aprovaram a imunização de crianças no Brasil, Santos Cruz voltou a disparar contra o antigo aliado.
“Uma barbaridade e uma canalhice total. Órgãos técnicos como a Anvisa existem exatamente para fazer com que a sociedade não fique à mercê apenas de decisões políticas. Expor os servidores é uma coisa criminosa”, disse o militar.
Ainda sobre Bolsonaro, Santos Cruz afirmou que o ex-capitão foi o responsável por ‘destruir a direita e o conservadorismo’ no Brasil, assim como teria feito ‘o PT com a esquerda’.
O ex-ministro do governo disse ainda se sentir ‘traído’ pelo ex-capitão e, assim como o novo aliado Moro, justifica sua participação no governo alegando ter sido ‘enganado pelo discurso’ de Bolsonaro.
“Muita gente que votou em Bolsonaro, como eu, acreditava no discurso dele. Bolsonaro é um traidor de carteirinha. Traiu o eleitor, traiu o País inteiro”, disse, tentando se justificar.
Ainda sobre a sua participação no governo, Santos Cruz considera não ter ‘envergonhado’ as Forças Armadas. Para ele, nem mesmo a atuação dos seus colegas de farda que seguem no governo assim o fazem, pois, mesmo sendo militares, não representariam as suas corporações.
“Essas pessoas não representam as Forças Armadas. Nem eu quando estava no governo representei. O pessoal da reserva não representa as Forças Armadas. O Heleno não está lá exercendo a função de general, mas a de um ministro qualquer”, afirmou, buscando minimizar a parcela de culpa dos fardados nas políticas desastrosas do atual governo.
Filiado ao Podemos, do Centrão, o general ainda disparou contra a aliança de Bolsonaro com o PL, de Valdemar Costa Neto.
“Não sou eu quem vai julgar o presidente do PL. Todos os partidos têm pessoas bem intencionadas e pessoas com as quais se discorda. Mas o Centrão tinha sido taxado como criminoso”, disse. “Bolsonaro abraçou aqueles que criticava de maneira contundente. Isso é traição pura ao eleitorado, aos que acreditaram na sua conversa fiada de fazer política de uma nova maneira”, acrescentou.
*** Informações com 👉 Carta Capital
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