Um meteoro atravessou o céu do Ceará, na noite de sábado (21), chamando atenção de quem presenciou o fenômeno. O objeto foi observado por volta das 18h50 por câmeras do projeto brasileiro de pesquisa de meteoros Exoss.
O objeto brilhante foi visto por quem mora entre as cidades de Sobral e Carnaubal. Os meteoros bólidos são facilmente visíveis a olho nu, principalmente em locais com baixa poluição luminosa. Meteoro entrou com uma velocidade relativa à Terra de cerca de 57 mil km/h. Os cálculos foram feitos pelo time Exoss usando softwares especializados.
O astrônomo e coordenador do projeto brasileiro Exoss, Marcelo De Cicco, explica que o bólido foi um pouco mais brilhante do que os astros que cruzam a atmosfera.
“Particularmente esse que atravessou o céu da região, ele foi um pouco mais brilhante do que os bólidos usualmente que atravessam a atmosfera. Ele é agora objeto de pesquisa do nosso grupo para determinarmos suas características e propriedades físicas e inclusive a sua órbita, ou seja, potencialmente de onde ele veio, que origem. Se veio de um asteroide, se veio possivelmente de um pedaço de cometa. Por enquanto é isso que a gente pode falar sobre esse belíssimo fenômeno”, disse.
Meteoro bólido
Os bólidos recebem essa nomenclatura pelo brilho elevado, principalmente quando entram na atmosfera e começam a queimar, ao produzir calor durante o processo de ablação, como explica Marcelo De Cicco.
“Os bólidos são fenômeno da natureza, que são objetos que penetram na atmosfera terrestre, pedaços de asteroides e cometas que diariamente impactam o nosso planeta e quando um desses pedaços é muito grande, ele apresenta um brilho fora do comum de um meteoro e é o que chamamos de bólido ou fireball, em inglês.”
O brilho intenso de um meteoro bólido pode chamar a atenção e até assustar os observadores. Mas eles não causam perigo algum. A explosão em geral acontece a algumas dezenas de quilômetros da superfície terrestre.
“Nada que possa causar nenhum tipo de dano. Não é algo que gere nenhum risco para a população”, disse.
Medição do brilho
A magnitude mede o brilho de um meteoro a partir de um observador na Terra. Os valores de magnitude aparente dos objetos podem variar entre -27 até +30. Quanto mais brilhante um objeto parece, menor é o valor de sua magnitude.
Para ser chamado de ‘super’, ele precisa atingir uma magnitude de -17 ou mais, o que corresponde aproximadamente a 100 vezes o brilho de uma Lua cheia, segundo o Museu de Ciências e Tecnologia da PUC-RS.
Bolas de fogo, também consideradas meteoros, têm um brilho de -4. O Sol, objeto mais brilhante no céu, tem uma magnitude aparente de -27.
“Ele era um pedaço provavelmente de um asteroide ou cometa. Ele entrou na atmosfera por volta das 18h49, hora local, e começou a brilhar a uma altura de cerca de 72 km, chegando a altura final um pouco menos de 50 km de altura. Atingiu um brilho máximo de cerca de – 5,3, ou seja, ele chegou a ser um pouco mais de dez vezes mais brilhante que o planeta Vênus. O cálculo de sua órbita indica que ele estava orbitando entre Marte e a Terra, sendo classificado como um objeto cruzador da Terra, tipo Apolo”.
*** Informações com ➡ G1
➡ ** Postagem: Virgínia Aragão Soares (Redação Aconteceu Ipu)
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