Brasil e China fortalecem laços com mais de 37 acordos assinados em visita de Estado.

Essa mudança reflete a confiança mútua e coloca o Brasil em um seleto grupo de países que compartilham uma relação estratégica profunda com a China. Segundo o professor Javier Vadell, essa nova denominação marca um patamar de relacionamento superior ao da Parceria Estratégica Global.

Sinergia com a Iniciativa Cinturão e Rota

Entre os documentos assinados, está o Plano de Cooperação que estabelece sinergias entre programas brasileiros, como o PAC e o Nova Indústria Brasil, e a Iniciativa do Cinturão e Rota (ICR). Embora o Brasil não tenha ingressado oficialmente na iniciativa, o plano de 10 anos visa integrar projetos estratégicos dos dois países.

O fortalecimento do Fundo de Cooperação Brasil-China e a criação de forças-tarefas para priorizar projetos em áreas como infraestrutura e tecnologia reforçam essa parceria. Segundo especialistas, a iniciativa representa um alinhamento substancial entre os dois países, mesmo sem uma adesão formal à Nova Rota da Seda.

Avanços na tecnologia e telecomunicações

Outro destaque foi o Memorando de Entendimento entre a Telebras e a empresa chinesa Spacesail, voltado para serviços de telecomunicações via satélite. Essa parceria promete ser uma alternativa à Starlink, dominada pelo empresário Elon Musk, ampliando as opções tecnológicas para o Brasil.

Foco na agricultura familiar e agronegócio

A agricultura familiar também foi contemplada com o acordo para a criação de um Laboratório Conjunto em Mecanização e Inteligência Artificial, em parceria entre o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação do Brasil e a China. Além disso, protocolos de exportação para produtos como uvas frescas, peixe e gergelim foram estabelecidos, expandindo o mercado agrícola bilateral.

Desafios e potencial econômico

Apesar do superávit comercial de US$ 51,1 bilhões em 2023, especialistas apontam o desequilíbrio na relação, com o Brasil exportando majoritariamente commodities e importando produtos manufaturados. Além disso, os investimentos chineses no Brasil foram considerados baixos nos últimos anos, algo que pode mudar com os novos acordos firmados.

Esses avanços demonstram o potencial de uma parceria robusta e diversificada entre Brasil e China, fortalecendo a posição de ambos os países no cenário global.