Ataques de facções a provedores de Internet viram arma da oposição contra Governo Elmano

Prejuízos para a economia e segurança digital

O deputado estadual Carmelo Neto (PL) destacou os prejuízos que esses ataques estão causando ao Ceará, mencionando empresas como a Brisanet e até mesmo o Porto do Pecém, que ficou sem internet devido às ações criminosas.

“Isso prejudica a competitividade do Ceará, tanto comercial quanto portuária. Além disso, esses ataques fazem parte de um plano das facções para impor seus próprios provedores de internet, conhecidos como ‘CVNET’. O que me revolta é que para operar uma provedora é necessário um CNPJ, ou seja, o crime parece estar legalizado”, afirmou.

O parlamentar também criticou a atuação do governo estadual, alegando ineficiência no combate ao crime organizado. “O governador disse que cuidaria pessoalmente da segurança, mas desde então a situação só piorou”, concluiu.

Medidas do governo para combater o crime

Por outro lado, o líder do governo na Alece, deputado Guilherme Sampaio (PT), ressaltou as ações adotadas para fortalecer a segurança pública. Ele destacou a criação de um grupo específico para combater o crime organizado, além da recente alteração no estatuto da Polícia Civil, permitindo a posse de delegados aprovados em concurso.

“O governador Elmano tem adotado medidas estratégicas, como a convocação de novos policiais, o aumento da inteligência policial e a modernização da infraestrutura de segurança. Em fevereiro, houve uma redução de 20% nos crimes em comparação com o mesmo período do ano passado”, explicou o parlamentar.

Sampaio também mencionou a implementação de um sistema de metas para premiar policiais com base na redução de índices criminais. “Estamos investindo em uma atuação qualificada e rigorosa contra o crime organizado”, garantiu.

O desafio da desmoralização do Estado

O deputado Heitor Férrer (União Brasil) alertou para a necessidade de o governo retomar o controle do território e evitar que as facções se fortaleçam ainda mais.

“O que estamos vendo é um Estado dentro de outro, onde o crime organizado estabelece suas próprias regras e limites. O governo não pode se tornar refém dessas facções”, declarou.

Férrer criticou a impunidade e as penas brandas, argumentando que muitos criminosos são soltos após poucos anos de prisão. “Eles já nem se preocupam em esconder o rosto, porque sabem que em poucos anos estarão em liberdade. Além disso, muitos continuam comandando o crime de dentro dos presídios”, alertou.

O papel da segurança pública e das políticas sociais

Para o parlamentar, o combate ao crime organizado não pode se basear apenas no policiamento ostensivo. Ele destacou que a falta de moradia, saneamento básico, educação e oportunidades de emprego são fatores que contribuem para o crescimento da criminalidade.

“Se chamar a polícia significa que tudo já falhou. O crime precisa ser combatido antes de começar, e isso depende de políticas públicas eficazes. Os prefeitos e gestores municipais têm um papel fundamental nessa questão, mas infelizmente, muitos não fazem o necessário”, concluiu Férrer.

Conclusão

O debate na Alece reflete a gravidade da crise de segurança pública no Ceará e a necessidade de ações mais eficazes para conter o avanço das facções criminosas. Enquanto alguns parlamentares cobram maior rigor no combate ao crime, outros defendem a adoção de políticas sociais como solução a longo prazo. A pressão sobre o governo estadual continua, e a população espera medidas concretas para garantir segurança e estabilidade no Estado.