Facções criminosas são investigadas por influência nas eleições no interior do Ceará

Atuação de integrante do Comando Vermelho na campanha

A Polícia Federal abriu investigação para apurar o envolvimento do Comando Vermelho nas eleições de Santa Quitéria. Um dos investigados é Daniel Claudino de Sousa, conhecido como “DA30”. Segundo as autoridades, ele teria se deslocado do Rio de Janeiro para o Ceará a mando da facção para intimidar eleitores e praticar outros crimes.

Daniel também é suspeito de envolvimento em crimes no município vizinho de Varjota. O objetivo seria favorecer determinadas candidaturas por meio de coação e violência.

Defesa nega envolvimento de prefeito afastado

A defesa do prefeito afastado de Santa Quitéria afirmou que o político “não teve ciência, benefício ou qualquer participação em atos ligados a facções criminosas durante sua campanha”. A nota enviada à imprensa reforçou a confiança na Justiça e afirmou que ele usará a liberdade concedida para provar sua inocência.

GDE é apontada por coação em Canindé

Situação semelhante foi registrada em Canindé. De acordo com denúncias encaminhadas ao MPE, a facção Guardiões do Estado (GDE) teria atuado em benefício do então candidato e atual prefeito Jardel Sousa (PSB). Testemunhas relataram ameaças e coação de eleitores por parte de membros da facção durante a campanha.

Uma mulher, apontada como chefe do comitê eleitoral de Jardel e também envolvida com o tráfico de drogas, é uma das figuras centrais na investigação. Ela teria usado sua influência criminosa para mobilizar votos para o candidato.

Mensagens e símbolos da facção usados em campanha

A investigação do Ministério Público revela que, durante a campanha, foram divulgadas imagens com o número de campanha de Jardel acompanhadas da frase “sou GDE 7.4.5 e voto 40”, uma alusão direta à facção. A Polícia Militar também confirmou a ligação da coordenadora de campanha com Bebeto do Choró, outro nome envolvido em investigações de compra de votos.

Esquema de compra de votos com uso de emendas parlamentares

As denúncias em Canindé também apontam para um suposto esquema de compra de votos financiado com recursos de emendas parlamentares. O esquema envolveria o deputado federal Junior Mano (PSB), o prefeito eleito de Choró, Bebeto Queiroz (PSB), atualmente foragido, e outros agentes políticos da região.

O MPE já solicitou a cassação do mandato de Jardel e do vice-prefeito Ilomar Vasconcelos (PSB) como consequência do suposto esquema.

Posicionamentos das defesas

A defesa de Junior Mano afirmou que sua atuação é estritamente legislativa, sem qualquer interferência em licitações, despesas públicas ou contratos de gestão municipal. O deputado declarou que confia na Justiça e que todos os fatos serão esclarecidos durante o processo.

A reportagem tentou contato com a defesa de Bebeto Queiroz, mas não obteve retorno até o momento. A Prefeitura de Canindé também foi procurada e, assim que houver resposta, a matéria será atualizada.