Apagão generalizado atinge Europa, gera caos no trânsito, pessoas presas no metrô, supermercados e bancos fechados

Investigação e teorias iniciais

As primeiras reações das autoridades geraram um clima de incerteza. O Instituto Nacional de Cibersegurança da Espanha (Incibe) investigou se a falha foi provocada por um ciberataque, possibilidade também cogitada em Portugal por Manuel Castro Almeida, ministro Adjunto e da Coesão Territorial. Notícias falsas chegaram a sugerir um ataque russo.

Entretanto, o presidente do Conselho Europeu, António Costa, declarou que, até o momento, não há indícios de ação cibernética. Em vez disso, a empresa portuguesa REN atribuiu o evento a um fenômeno atmosférico raro ocorrido no interior da Espanha, caracterizado por variações extremas de temperatura.

Impacto imediato: transporte e telecomunicações colapsam

As consequências foram sentidas quase que instantaneamente. Trens pararam, semáforos apagaram, estações de metrô foram evacuadas e hospitais entraram em modo de emergência. Em Madri, a circulação ferroviária foi totalmente interrompida. Na estação Atocha, passageiros aguardavam trens que não saíam do lugar, enquanto caixas eletrônicos exibiam telas em branco.

Com os celulares sem sinal e o transporte paralisado, muitos trabalhadores ficaram presos — como a técnica de enfermagem Luz Osorio, que precisou de uma carona improvisada para voltar para casa.

Mercados esvaziados e eventos suspensos

Com a incerteza pairando, supermercados de Madri registraram longas filas e prateleiras esvaziadas. Produtos básicos como água, ovos e leite desapareceram rapidamente.

No mundo do esporte, o torneio de tênis ATP Masters 1000 em Madri precisou ser interrompido. Partidas foram suspensas no meio dos jogos por falta de energia nas quadras, afetando até os atletas em destaque como o búlgaro Grigor Dimitrov.

Portugal também em alerta

Do outro lado da fronteira, a situação não foi menos grave. A capital portuguesa, Lisboa, e a cidade do Porto ficaram com o metrô parado e diversos estabelecimentos comerciais, incluindo bancos e mercados históricos, fecharam as portas.

A empresa ANA, responsável pelos aeroportos portugueses, ativou geradores para garantir aterrissagens e decolagens. Mesmo assim, operações foram parcialmente comprometidas em Lisboa, Faro e Porto.

Aeroportos em modo de contingência

Na Espanha, a Aena relatou atrasos em todo o sistema aeroportuário. Embora o tráfego aéreo tenha continuado, houve uma redução de 20% nos voos como medida de precaução. As Ilhas Baleares e Canárias não foram afetadas.

Resposta oficial e gabinete de crise

Em resposta à crise, o governo espanhol montou um gabinete de emergência na sede da Rede Elétrica Nacional. Em Portugal, o primeiro-ministro Luís Montenegro convocou uma reunião extraordinária de ministros. A REN informou que o restabelecimento completo pode levar até uma semana, embora autoridades portuguesas estimem que a normalização comece nas próximas horas.

Energia começa a retornar, mas situação ainda é crítica

Quatro horas após o início do apagão, a Rede Elétrica da Espanha anunciou a retomada gradual da energia em diversas regiões do norte, sul e oeste da península. Subestações foram reativadas e consumidores começaram a ser religados.

Enquanto isso, a origem exata do apagão segue sendo investigada. A operadora francesa RTE também confirmou interrupções momentâneas e está analisando as possíveis causas.