Prefeito e vice de Abaiara ambos do PT, têm mandatos cassados por decisão da Justiça Eleitoral acusados de abuso de poder econômico

Retotalização dos votos e eleição suplementar à vista

A Justiça também determinou a retotalização dos votos para o cargo de vereador e a convocação de eleições suplementares para os cargos de prefeito e vice-prefeito, considerando a anulação dos votos de João Neto, que teve a candidatura diretamente beneficiada pelo esquema investigado.

Compra de votos às vésperas da eleição levou à investigação

De acordo com o processo, o ex-prefeito Chico Sampaio teria sido flagrado no dia 5 de outubro de 2024 oferecendo dinheiro em troca de votos. Na ocasião, ele conseguiu fugir da abordagem policial, mas os agentes localizaram um veículo com R$ 5,7 mil em espécie, uma lista de eleitores e material de campanha. Outros dois episódios semelhantes também foram relatados à Polícia Federal.

Laços familiares e conivência agravam a situação

O vereador João Neto, sobrinho de Chico Sampaio, foi apontado pela Justiça como alguém que não apenas se beneficiou do ilícito, mas anuiu com a prática adotada pelo tio. Mesmo sem provas de envolvimento direto do prefeito e do vice, a sentença reconheceu que a chapa foi beneficiada pelo abuso de poder econômico, o que justifica a cassação dos diplomas.

Prefeito nega irregularidades e promete recorrer

Em comunicado publicado nas redes sociais, o prefeito Angim lamentou a decisão e afirmou que irá recorrer. “Recebi com surpresa, mas com a consciência tranquila. Sempre atuei com responsabilidade e respeito à vontade do povo”, declarou. Ele reforçou seu compromisso com o município até decisão final da Justiça.

Defesas alegam perseguição política e provas “plantadas”

Os réus, ao longo do processo, apresentaram diferentes linhas de defesa. Chico Sampaio afirmou que foi perseguido e que o dinheiro encontrado teria sido colocado no carro por terceiros. Já os eleitos da Prefeitura argumentaram não ter qualquer envolvimento com os fatos e disseram que as provas são frágeis e inconclusivas.

Juiz reforça que benefício indireto é suficiente para cassação

Apesar de reconhecer que não há provas diretas de autoria por parte de Angim e Ricardo Leite, o juiz Otavio Oliveira de Morais destacou que, para fins eleitorais, basta o benefício indevido para a perda do mandato. A sentença reforça o entendimento da Justiça Eleitoral de que o sistema democrático exige integridade, mesmo que o candidato não tenha participado diretamente do ilícito.

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