Prisão de Mauro Cid é revogada pelo STF; delator será ouvido pela PF, diz TV

Gilson Machado preso em Recife

Ainda nesta sexta, a Polícia Federal prendeu Gilson Machado, ex-ministro do Turismo do governo Bolsonaro, em Recife (PE). A prisão ocorreu dias após a Procuradoria-Geral da República (PGR) solicitar a abertura de inquérito contra ele.

Segundo a PGR, Machado teria atuado diretamente para ajudar Mauro Cid a obter um passaporte português em maio deste ano, supostamente com o objetivo de facilitar sua fuga do Brasil. O caso levantou sérias suspeitas e levou a PF a intensificar as diligências.

Campanha financeira também é alvo de investigações

Gilson Machado também entrou no radar da PF por promover, em seu perfil nas redes sociais, uma campanha de arrecadação de fundos para Jair Bolsonaro. A iniciativa mirava cobrir supostos gastos com médicos, advogados e apoio ao deputado licenciado Eduardo Bolsonaro, que está atualmente nos Estados Unidos.

A campanha foi comparada à chamada “vaquinha do Pix” de 2023, que arrecadou mais de R$ 17 milhões, de acordo com o relatório do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras). Eduardo Bolsonaro, inclusive, gravou um vídeo agradecendo o gesto, mas disse que não aceitaria o dinheiro.

Machado nega acusações

O ex-ministro, por sua vez, nega qualquer tentativa de facilitar a fuga de Mauro Cid. Ele afirma que seu contato com o Consulado de Portugal no Recife foi apenas para ajudar o pai de Cid, Carlos Eduardo Machado Guimarães, a renovar um passaporte.

Apesar da justificativa, as autoridades consideraram o envolvimento suspeito, principalmente devido ao momento delicado em que a ação foi realizada — em meio a intensas investigações que colocam Mauro Cid no centro de uma trama para minar o processo democrático brasileiro.

Próximos passos das investigações

Cid, que já é réu no STF por seu envolvimento na tentativa de golpe, volta a ser ouvido pela Polícia Federal nas próximas horas. O caso segue em segredo de Justiça, mas fontes próximas ao inquérito afirmam que novos nomes podem surgir a qualquer momento, com empresários, políticos e militares sob constante escrutínio.

Enquanto isso, os desdobramentos dessa sexta-feira mostram que as peças do quebra-cabeça do pós-eleição de 2022 ainda estão longe de se encaixar por completo.