De acessórios personalizados a condutor urinário: cearenses investem em produtos voltados ao período de pré-carnaval

NOTÍCIAS DO CEARÁ

O glitter, a promoção de cerveja, as roupas e acessórios coloridos. Pensar em pré-carnaval e carnaval, em Fortaleza, traz à memória elementos próprios do período. É nessa onda de um cenário característico deste momento do ano em que empreendedores cearenses aproveitam a demanda específica que surge para vender desde tiaras personalizadas a condutores urinários.

A empreendedora e estudante universitária Luiza Farias aproveitou que o período de festas gera muitas multidões, onde até algo básico, como urinar, pode ser dificultoso, e decidiu vender condutores urinários.

“[Comecei a vender] por conta de experiências pessoais mesmo. Eu, que sou uma pessoa pequena, sempre tive dificuldades para usar banheiros químicos em eventos. Na hora de urinar, tem que ter cuidado para não encostar no aparelho sanitário e evitar doenças”, explicou Luiza.
“Esse produto começou a fazer sucesso pouco antes da pandemia. Então, a maioria das pessoas nem comprou porque não estavam acontecendo festas. É, inclusive, algo que não é popularizado. Muita gente não conhece”, comentou Luiza, sobre os produtos indicados tanto pela saúde, quanto pelo conforto e praticidade.

A universitária já comercializa produtos de higiene menstrual, e conheceu os condutores urinários pela internet. Luiza disse, inclusive, que comprou um condutor para ela, já com a intenção de testar a funcionalidade do produto antes de começar a vender os itens.
“Eu sempre faço isso com os meus produtos. Já faz uns meses que comprei e estava usando. Já tinha até em estoque e estava esperando o momento certo para fazer o lançamento”, comentou a empreendedora.
A intenção de Luiza é, inclusive, continuar vendendo durante o ano inteiro. “Até porque o uso dele não é só em grandes eventos onde você vai usar banheiros químicos. Na verdade, é útil para todas as situações onde você vai usar banheiros que não sejam residenciais. É pela saúde e conforto mesmo”, explicou.
Experiência que virou investimento – O uso de um produto, e a percepção de uma oportunidade de mercado, também foram dois passos fundamentais para o início das vendas das “discretinhas”, uma espécia de pochete também conhecidas como doleiras elaboradas por um casal de artesãos de Fortaleza. A filha deles, Jeanne Gomes, ajuda nas vendas e na divulgação do produto.

Foi Jeanne quem percebeu a necessidade do acessório, durante uma viagem para curtir carnaval. “A gente começou a desenvolver as doleiras quando percebemos que, nessa época, tinha muito furto. Eu fui para Olinda, em 2016, e vi muita gente sendo furtada ao meu redor”, disse a publicitária. No ano seguinte, ela e os pais desenvolveram as doleiras.
O produto, inclusive, — assim como o condutor urinário — ainda não era popular quando eles começaram a vendê-lo. “Quando a gente falava doleira, ninguém conhecia. Ou quem conhecia já pensava em uma bolsa feia, com elástico ruim, só para não perder o dinheiro mesmo. Aí a gente pensou em fazer umas ‘bonitinhas'”, explicou Jeanne.
Ela disse que, em cerca de 15 dias, foram 100 ‘discretinhas’ vendidas em 2023. As doleiras variam entre R$ 25 e R$ 28. “Já é um crescimento muito bom no faturamento para essa época. Para janeiro é muito bom, porque é um mês ‘parado'”, detalhou.
O nome do produto, inclusive, é uma brincadeira que vai de encontro ao design. “Elas não são nada discretas; são coloridas, têm brilho, estampas. São 14 modelos. É tão bonita que é para estar dentro da roupa mas as pessoas usam do lado de fora”, explicou Jeanne.
Brilhos e estampas – As formas divertidas e coloridas das roupas e acessórios comuns ao carnaval, que inspiraram a criação das doleiras “discretinhas”, também moldam a criação de tiaras e brincos feitas por Maria Voss.
As tiaras com frases extrovertidas, do “sangue de Maria Bonita” à “uma grande goxtosa”, complementam o orçamento familiar de Maria e do marido, ambos produtores culturais. Ela começou a vender em 2020, e decidiu apostar novamente nos acessórios personalizados para o carnaval em 2023, tomando como base a experiência, que ela avalia como positiva, de três anos atrás.
“Em 2020, principalmente em fevereiro, o que salvou foi a produção dos acessórios porque a gente foi realmente pego de surpresa quando paramos de trabalhar com produção, e eu tinha acabado de sair de um emprego formal”, comentou a empreendedora.
*** Informações com ➡ G1 Ceará

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