Menina se jogou na frente da mãe para salvá-la de tiros disparados pelo pai

Ataque brutal em ambiente de saúde

O crime aconteceu por volta das 14h, na Avenida Pinheiro Machado, onde Amanda tinha uma consulta marcada. De acordo com testemunhas e depoimentos colhidos pela Polícia Civil, Amanda chegou à clínica nervosa, dizendo ao médico que o marido, um PM armado, estava do lado de fora e ameaçava matá-la. Ela teria dito:

“Meu marido está comigo, está armado, é policial e ele quer me matar, pois estamos nos separando.”

O médico então trancou a porta do consultório, colocou cadeiras como barreira e orientou Amanda a chamar a polícia. A paciente respondeu que uma amiga já havia feito o chamado.

“Pode abrir, é a polícia”: PM usou farda para enganar e matar

Momentos depois, a secretária da clínica bateu na porta, dizendo que a polícia havia chegado. Uma voz masculina foi ouvida: “Pode abrir, é a polícia, está tudo sob controle”. Quando a porta foi parcialmente aberta, Samir entrou e iniciou os disparos, atingindo Amanda e a filha.

Logo em seguida, ele sacou uma faca e desferiu cerca de dez golpes contra a esposa. Amanda morreu no local, com a arma branca cravada no pescoço. A filha, ferida, foi socorrida e levada à Santa Casa de Santos, onde segue internada.

Médico se escondeu e socorreu a criança após o ataque

O médico que atendeu Amanda relatou que, ao ouvir os tiros, se escondeu debaixo da mesa e só saiu depois que o agressor foi contido. Ele socorreu a criança ferida e confirmou que nunca havia visto o casal antes. A cena que encontrou, segundo seu depoimento, foi de “puro terror”.

Samir foi preso e levado ao presídio militar

Samir foi preso em flagrante no local e encaminhado ao Presídio Militar Romão Gomes, em São Paulo. A Polícia Civil classificou o caso como feminicídio e tentativa de homicídio, e instaurou inquérito para investigar todos os detalhes da ação, inclusive o papel dos policiais que atenderam a ocorrência.

A Secretaria de Segurança Pública de SP (SSP-SP) informou que um Inquérito Policial Militar foi aberto para apurar a conduta dos quatro agentes envolvidos no atendimento, já que há indícios de falhas na abordagem, como a liberação de entrada do agressor sob alegação de que ele não estava armado.

Defesa diz que só se manifestará após investigação

O advogado de Samir, Paulo de Jesus, informou que a prisão em flagrante foi convertida em preventiva e que a defesa só se manifestará após a conclusão das investigações.